A bravura do PSG valeu-lhe um apuramento heróico contra o Chelsea

O campeão francês eliminou a equipa de Mourinho no prolongamento, apesar de jogar com menos um desde a primeira parte. O Bayern também se qualificou para os quartos-de-final com uma goleada ao Shakhtar.

Muller bisou no triunfo do Bayern Munique sobre o Shakhtar Donetsk
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Muller bisou no triunfo do Bayern Munique sobre o Shakhtar Donetsk CHRISTOF STACHE/AFP
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David Luiz, autor do primeiro golo do PSG em Stamford Bridge Stefan Wermuth/Reuters
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Os adeptos do PSG fizeram a festa em Londres Stefan Wermuth/Reuters
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Diego Costa e José Mourinho, desalentados Stefan Wermuth/Reuters
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Os jogadores do Bayern Munique festejam com os adeptos o seu apuramento para os "quartos" da Champions ODD ANDERSEN/AFP

Foi em circunstâncias adversas que o Paris Saint-Germain reservou um lugar nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. A jogar com menos um desde os 32 minutos da primeira parte, por expulsão de Ibrahimovic, e a precisar obrigatoriamente de marcar em Stamford Bridge para seguir em frente, a equipa de Laurent Blanc resistiu de forma épica ao Chelsea de José Mourinho e recuperou duas vezes da desvantagem para garantir o apuramento no prolongamento, graças a um empate a dois que serviu de feição ao campeão francês. A qualificação do Bayern Munique foi bem mais simples. A jogar em superioridade numérica desde o terceiro minuto no seu estádio, trucidou o Shakhtar Donetsk (7-0).

Em Londres, os centrais do campeão francês foram os goleadores de serviço. David Luiz anulou, a quatro minutos do fim do tempo regulamentar, a vantagem conseguida pouco antes por Gary Cahill. Depois, no tempo extra, o Chelsea voltou à liderança do marcador, através de uma grande penalidade convertida por Eden Hazard, mas o PSG, que conseguiu muitas vezes ser melhor do que o adversário apesar da desvantagem numérica, não desistiu e Thiago Silva, de cabeça num canto, como o colega, fez o 2-2 aos 114’.

O drama é um hábito nos duelos entre Chelsea e PSG. Há um ano, nos quartos-de-final, foram os “blues” a levar a melhor, também devido ao critério dos golos marcados fora, e com um golo de Demba Ba a três minutos do fim.
Antes do jogo, uma tarja gigante cobriu uma parte de uma bancada de Stamford Bridge com a inscrição “Somos todos azuis”, em referência ao caso de racismo protagonizado por alguns adeptos do Chelsea no metro de Paris, por ocasião da primeira mão. O PSG entrou ambicioso, mas a expulsão de Zlatan Ibrahimovic por uma falta sobre Oscar tornou a sua tarefa muito difícil — o árbitro holandês Bjorn Kuipers pareceu ter sido demasiado duro com o sueco. Mais tarde, não assinalou uma falta passível de penálti de Cavani sobre Diego Costa.

Aproveitando a superioridade numérica, o Chelsea dominou o arranque da segunda parte, mas o PSG conseguiu aos poucos aliviar a pressão e passou a ser a melhor formação em campo, com Cavani a atirar ao poste da baliza de Courtois já depois de ter contornado o guarda-redes belga. Aos 73’, o árbitro perdoou a expulsão a Diego Costa por uma entrada pior do que a de Ibrahimovic e, oito minutos depois, Cahill não falhou o golo depois de muita confusão na área. A eliminatória parecia pender decisivamente para o lado dos locais, mas o coração dos franceses manteve-os na discussão. David Luiz, ex-Chelsea, ganhou o duelo a Ivanovic e cabeceou imparável.

No prolongamento, Thiago Silva tocou a bola com a mão na área e Hazard não desperdiçou o castigo máximo (96’). Não era provável que os parisienses ainda tivessem forças para voltar a recuperarar, mas o central brasileiro redimiu-se perto do fim, já depois de Courtois lhe ter negado o golo noutro lance de bola parada. Enorme desilusão para Mourinho e para o Chelsea, que tinha obrigação de fazer mais, e uma festa enorme para os elementos do PSG.

Goleada bávara
No outro encontro da noite, o caminho para os quartos-de-final foi bem mais fácil para o Bayern, que beneficiou de uma grande penalidade (indiscutível) e de uma expulsão (discutível) logo aos 3’, a mais rápida de sempre da história da competição. Olexandr Kucher foi expulso pela falta cometida sobre Mario Götze e Thomas Müller não desperdiçou a oportunidade de fazer o primeiro golo da eliminatória.

O início de pesadelo condenou o Shakhtar Donetsk. Depois disso, ao contrário do que o PSG fez em Londres, os visitantes não conseguiram oferecer qualquer oposição ao Bayern. O campeão ucraniano, que tinha vencido o BATE Borisov na fase de grupos por 7-0, não evitou sofrer o mesmo resultado na Allianz Arena.

Andriy Pyatov foi um guarda-redes muito ocupado, uma vez que os adversários remataram 25 vezes. Jérôme Boateng fez o 2-0 aos 34’, mas os jogadores do Bayern tiveram a pontaria afinada, especialmente no segundo tempo. Franck Ribéry marcou aos 49’, Müller bisou aos 52’ e Holger Badstuber (63’), Robert Lewandowski (75’) e Mario Götze (87’) completaram a goleada, igual à que os bávaros tinham infligido na mesma fase ao Basileia, em 2012.

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