Valor e experiência na base da vantagem de Portugal

Selecção portuguesa pode encerrar neste sábado a eliminatória da Taça Davis contra Marrocos.

Foto
João Sousa fez Portugal entrar a ganhar frente a Marrocos KARIM SAHIB/AFP

Portugal confirmou logo no primeiro dia e de forma clara o favoritismo com que abordou a eliminatória do Grupo II da Taça Davis. O valor e momento de forma actual de João Sousa e a experiência e confiança que Rui Machado patenteia foram demasiados argumentos para uma modesta selecção de Marrocos, longe dos tempos áureos do início deste século, em que tiveram três representantes no “top-25”.

Perante um público entusiasmado que preencheu a totalidade dos 500 lugares disponíveis nos courts cobertos do Jamor, Sousa (52.º no ranking mundial) somou o primeiro ponto ao dominar Yassine Idmbarek (759.º) em 71 minutos, por 6-0, 6-0 e 6-2.

Após dois sets em que Idmbarek só venceu 16 pontos, o número um português teve uma descida de nível e, a 4-1, foi surpreendido com um break. Mas com a ajuda de duas duplas-faltas, Sousa devolveu a quebra de serviço para fechar de seguida, embora ainda tivesse de salvar um 15-40 no derradeiro jogo.

“Tentei dar o meu melhor, dentro e fora do court para ganharmos os dois pontos. Não é fácil manter sempre a mesma intensidade e tive uma quebra de concentração”, admitiu Sousa que, neste sábado, fará equipa com Frederico Silva no encontro de pares, apesar de uma dor no joelho direito. “São mazelas da alta competição. Sinto-me bem fisicamente, mas vai ser um encontro difícil, com dois bons jogadores de pares”, avisou.

Rui Machado (256.º) também apareceu com ligaduras no cotovelo direito e perna esquerda, consequência directa dos 20 encontros realizados em 28 dias e que resultaram em três triunfos no Sri Lanka e uma final no Algarve, em torneios futures. Mas a confiança que trouxe, aliada à experiência permitiram ao algarvio de 30 anos, derrotar por 6-2, 6-4 e 6-4, o melhor tenista marroquino, Lamine Ouahab (330.º) — que já tinha defrontado por três vezes, uma delas há 10 anos, igualmente numa eliminatória do Grupo II, quando o seu adversário representava a Argélia, onde nasceu.

“Conheço-o muito bem, provavelmente há 15 anos e sabia o que tinha de fazer. Em 2005, rocei a perfeição tacticamente; hoje, num piso diferente, não estive tão perfeito, pois não se consegue controlar tanto os pontos, mas saiu tudo bem”, concluiu Machado.

Desta vez, o tenista luso voltou a vencer em três partidas mas teve de aplicar-se para as fechar. No set inicial, cedeu o break quando servia a 5-1; no segundo, Ouahab abriu o décimo jogo com uma dupla-falta convidando o adversário ao break fatal, celebrado efusivamente; e no terceiro, mais equilibrado e em que teve de recuperar da desvantagem de um break por duas vezes, Machado levantou os espectadores dos lugares com um jogo cheio de garra no serviço adversário, para concluir ao fim de quase duas horas de jogo. “No fim, a fechar, senti um barulho infernal. É para isto que eu jogo, para estes momentos de alegria e emoção”, confessou Machado.

Sugerir correcção
Comentar