Sem concorrência e, aparentemente, sem contestação. Michel Platini foi reeleito ontem presidente da UEFA para um terceiro mandato de quatro anos à frente dos destinos do futebol europeu no 39.º Congresso Ordinário da UEFA, realizado em Viena. O antigo internacional francês, vencedor da Bola de Ouro em 1983, 1984 e 1985, era candidato único e mereceu a aclamação dos 54 delegados das federações-membro da UEFA. Ontem ficou ainda a saber-se que o organismo máximo do futebol europeu registou um total de receitas de 1,73 mil milhões de euros em 2013-14.

Já se sabia que o sucessor de Michel Platini seria Michel Platini, mas o francês saiu com o seu estatuto reforçado de Viena depois de ter merecido a confiança de todos os delegados da UEFA. Platini, de 59 anos, preside àquele organismo desde Janeiro de 2007, depois de ter vencido por uma curta margem o sueco Lennart Johansson.

No discurso de vitória, o controverso dirigente mostrou-se “orgulhoso” e distribuiu agradecimentos por todos os presentes: “Obrigado, muito obrigado. Obrigado pela confiança e pelo grande apoio. Isto significa mais para mim do que possam imaginar. Estou orgulhoso de ser vosso colega, orgulhoso por ser o capitão desta equipa vencedora e orgulhoso dos nossos feitos. Sei que posso contar com vocês. E vocês sabem que podem contar comigo.”

Depois de deixar mais alguns elogios à UEFA, que tem como “imagem de marca” ser uma “democracia participativa”, Platini virou a agulha para a FIFA e para o seu presidente, Joseph Blatter, com quem mantém uma relação conturbada. Platini relembrou que com a reeleição na UEFA irá continuar como vice-presidente da FIFA por mais quatro anos, deixando um desejo: “Nós, europeus, queremos uma FIFA forte — uma FIFA que seja respeitável e respeitada — já que a FIFA é e sempre será a autoridade suprema do futebol, o derradeiro organismo gestor da modalidade.”

Platini aproveitou ainda o discurso na abertura do congresso para pedir ajuda às autoridades europeias para lutar contra a violência. “Há batalhas que só podemos ganhar com a ajuda das autoridades públicas”, começou por referir, alertando depois que “a Europa está a assistir ao crescimento do nacionalismo e do extremismo de uma forma que não assistia há muito tempo”. “Nos últimos meses fomos afectados por imagens que pensei que eram uma coisa do passado.  Alguns de nós viveram esse passado pessoalmente”, referiu.

Ficou também a saber-se que a UEFA registou um total de receitas de 1,73 mil milhões de euros na época 2013-14, 31, 5 milhões a mais do que na temporada anterior — aumento de 1,8%. O organismo, que referiu ainda ficar agora com reservas de 558 milhões de euros, estima para a próxima temporada um rendimento de 4,6 milhões de euros com o aumento de 16 para 24 equipas no número de participantes no Euro 2016.