Para Andy Murray, a final só acaba no domingo

Bélgica e Grã-Bretanha dividem os primeiros pontos da final da Taça Davis.

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Philippee Huguen/AFP

David Goffin e Andy Murray garantiram nesta sexta-feira que o vencedor da 103.ª edição da Taça Davis só será conhecido no domingo. Os líderes das selecções da Bélgica e da Grã-Bretanha corresponderam às expectativas e ganharam os respectivos singulares do primeiro dia da final que decorre em Gent. O que vem aumentar a importância do encontro de pares de sábado, em que os irmãos Murray podem desequilibrar decisivamente.

O estreante Kyle Edmund ia provocando uma surpresa na Flanders Expo, ao vencer os dois primeiros sets diante do número um belga, David Goffin, 16.º do ranking. O número dois britânico esteve quase a tornar-se no primeiro estreante a vencer um encontro numa final da competição, mas não conseguiu manter o nível durante três sets e Goffin inverteu a situação, a tempo de vencer, por 3-6, 1-6, 6-2, 6-1 e 6-0.

Mais nervoso, Goffin não conseguiu evitar o domínio do ex-número oito do ranking mundial de juniores — e campeão do Open dos EUA e Roland Garros do escalão, ao lado de Frederico Silva — e cedeu uma série sete jogos consecutivos com que Edmund fechou o segundo set.

Mas o belga, que nunca tinha vencido nenhum dos 10 encontros em que cedeu as duas partidas iniciais, partiu para uma recuperação que lhe permitiu chegar a 4-1, enquanto o britânico de 20 anos ia cedendo. Edmund só por uma vez tinha disputado mais de três sets e começou a dar sinais de desgaste, que foi notório no set decisivo, totalmente dominado por Goffin, que somou a 12.ª vitória em 14 singulares na Taça Davis.

“Estava um pouco preocupado porque Kyle estava a jogar de forma inacreditável, não tinha nada a perder. Foi difícil de gerir porque não o conhecia. Tentei ficar calmo e esperar por uma oportunidade”, explicou Goffin, depois de ter falado com os reis da Bélgica, que assistiram aos encontros.

A seguir, Andy Murray derrotou, por 6-3, 6-2 e 7-5, o belga Ruben Bemelmans (108.º), num encontro dirigido pelo português Carlos Ramos. No circuito principal, o belga só conta com uma vitória frente a adversários do top 100, em encontros realizados em terra batida. Essa diferença de nível ficou patente desde cedo, quando Murray, depois de desperdiçar uma vantagem de 2-0, fez um break no sexto jogo.

No segundo set, a história repetiu-se com o escocês a adiantar-se desde cedo. Contudo, na terceira partida, Bemelmans soltou-se e chegou a liderar por 4-2. Murray igualou mas, a 4-5, uma dupla-falta ofereceu um set-point ao belga. Foi altura de Murray elevar o nível de jogo e manter a fantástica estatística de ganhar neste ano todos os 60 encontros em que venceu o set inicial.

Murray faz neste sábado dupla com o irmão Jamie (7.º no ranking de pares) para defrontar Steve Darcis e Kimmer Coppejans, embora esta formação possa ser alterada até uma hora antes. “Para ambas as equipas, perder não significa que a final está acabada porque todos podem ganhar todos os pontos em jogo”, frisou Andy.

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