Um olhar pelos outros grupos, para além do de Portugal

Brasil, França, Argentina e Bélgica são favoritas ao primeiro lugar nos respectivos grupos. O duelo entre Espanha e a Holanda, com o Chile à espreita, promete no Grupo B. A Grécia, de Fernando Santos, terá adversários de qualidade, no equilibrado Grupo C, enquanto o Irão de Carlos Queiroz terá dificuldades em fugir ao último lugar.

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Espanha e Holanda voltam a encontrar-se AFP

Se retirarmos o Grupo G, aquele em que Portugal foi incluído, da equação, um olhar sobre os restantes sete agrupamentos revela várias curiosidades.

Grupo A: Brasil e mais três

À primeira vista, o Brasil nem se pode queixar do sorteio, mas Luiz Felipe Scolari tem um bom motivo para não ter ficado totalmente satisfeito com o que a sorte ditou aos anfitriões do Mundial 2014: Em teoria, se o Brasil se qualificar, defronta a Espanha ou a Holanda nos 16-avos-de-final. Se os brasileiros partem na pole-position, a luta pelo outro lugar de apuramento promete ser renhida. A Croácia, que tem Mandzukic e Modric como principais estrelas, sentiu dificuldades em alcançar conseguir a qualificação e tem mostrado pouca fiabilidade. Tal como os croatas, os mexicanos necessitaram de disputar um play-off e na fase de apuramento ficaram atrás de Estados Unidos, Costa Rica e Honduras. Mais tranquilo foi a qualificação dos Camarões de Samuel Eto'o, mas os africanos defrontaram adversários acessíveis.

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Grupo B: Espanha sob ameaça

Em 2010, Espanha e Chile encontram-se na fase de grupos e conseguiram as duas primeiras posições, mas desta vez a missão de espanhóis e chilenos promete ser mais complicada: Na prova realizada na África do Sul, os adversários foram a Suíça e as Honduras, agora haverá a Holanda pelo meio. Num grupo onde a Austrália parece estar fora da luta pelos primeiros lugares, os espanhóis partem como favoritos, mas os detentores do título terão dois “duros ossos para roer” e a ameaça de um possível confronto com o Brasil na fase seguinte. A atravessar um momento bem mais exuberante do que a Espanha, a Holanda de Robin van Persie passeou na fase de apuramento e tem talento q.b. para intrometer-se na luta pelo primeiro lugar. Outsider no grupo, o Chile conta com a qualidade de Alexis Sánchez e Arturo Vidal.

Grupo C: Tarefa difícil para Santos

Em teoria, este é um dos grupos mais equilibrados, onde ninguém pode ser menosprezado. Com uma equipa de luxo, da qual fazem parte nomes bem conhecidos dos portugueses – Falcao, James, Jackson, Guarín -, a Colômbia é favorita e têm tudo para ser uma das surpresas do Mundial. A Grécia, de Fernando Santos, terá uma estreia complicada, contra os colombianos, mas com o peso do favoritismo a recair para o lado dos sul-americanos, os gregos estarão à vontade para usar um dos seus principais trunfos: o contra-ataque, onde Mitroglou terá papel de destaque. Adversária de Portugal em 2010, a Costa do Marfim continua a contar com pesos-pesados, como Drogba, Kalou e Yaya Touré, enquanto o sempre imprevisível Japão, de Honda e Kagawa, promete dar luta até ao fim por um lugar nos oitavos-de-final.

Grupo D: Itália parte na frente

O grupo não é fácil, mas a Itália parece partir com ligeira vantagem. Aos vice-campeões europeus saiu a “fava” de ficar no Pote 2, mas o sorteio acabou por não ser nefasto para os transalpinos. Apesar de serem uma selecção em renovação, os italianos voltarão a contar com “pilares” como Buffon, De Rossi e Pirlo e, se repetirem as prestações do Euro 2012, têm o apuramento garantido. A principal ameaça para os “transalpinos” deverá ser o Uruguai, de Maxi Pereira. Com um ataque de fazer inveja a qualquer selecção – Cavani, Suárez e Forlán -, a selecção “celeste” continua a ter na defesa o seu “calcanhar de Aquiles”. A Inglaterra, apesar de Rooney, mostrou pouco no apuramento e não parece ter qualidade para ambicionar muito neste Mundial, enquanto a Costa Rica terá dificuldades em fugir ao último lugar.

Grupo E: Depois da ajuda, a sorte

De que se pode queixar a França? De nada. Após a preciosa ajuda da FIFA, que ignorou o ranking que colocaria os franceses no Pote 2, os gauleses foram, em teoria, os mais afortunados no sorteio. A selecção de Didier Deschamps terá três adversários pouco cotados e tem as portas da qualificação escancaradas. A Suíça, que reencontra as Honduras quatro anos depois, beneficiou de um grupo acessível no apuramento para amealhar pontos suficientes para ser cabeça-de-série, mas excluindo Shaqiri, que tem sido pouco utilizado no Bayern, e a dupla de médio do Nápoles (Inler e Behrami), apresenta um elenco com nomes pouco sonantes. O Equador, que tem no ex-sportinguista Caicedo o seu melhor avançado, e as Honduras não têm trunfos para grandes ambições.

Grupo F: Queiroz contra Messi

Se o Mundial fosse agora, a Argentina tinha um enorme problema chamado Lionel Messi, como a prova só se vai disputar dentro de meio ano, os argentinos não têm grandes motivos de preocupação. Para os sul-americanos o sorteio foi quase perfeito. Para além de ter evitado adversários bem mais complicados, a Argentina, caso garanta o primeiro lugar, jogará com o segundo classificado do Grupo E, o que faz antever um percurso tranquilo até aos oitavos-de-final. Se nada de inesperado se passar, a luta pelo segundo lugar será entre a Nigéria e a Bósnia. Os europeus, únicos estreantes na prova, têm nas suas fileiras jogadores de qualidade como Dzeko, Ibisevic e Pjanic, mas os africanos são sempre um rival difícil de bater. O Irão, de Carlos Queiroz, é uma equipa de ilustres desconhecidos.

Grupo H: O adversário de Portugal?

Se tudo correr bem para Cristiano Ronaldo e companhia, será deste grupo que sairá o adversário de Portugal nos 16-avos-de-final. A favorita é a Bélgica, que começa a construir uma excelente selecção. Após muitos anos afastados das fases finais das grandes competições, os belgas vão chegar ao Brasil com ambições elevadas. Com jogadores de classe, como Courtois, De Bruyne, Witsel, Lukaku ou Hazard, a Bélgica pode ser, a par da Colômbia, uma das revelações. A um nível inferior estão a Rússia e a Coreia do Sul. Os russos, apesar de terem ficado à frente de Portugal no apuramento, mostraram poucos argumentos, e os asiáticos estão mais fracos do que há quatro anos. A Argélia, de Slimani e Ghilas, pode intrometer-se na luta pelo segundo lugar.

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