Mais montanha e menos contra-relógio. Assim será a Volta à França em bicicleta de 2015, apresentada nesta quarta-feira em Paris. Haverá apenas um “crono” individual de 14 quilómetros na primeira das 21 etapas, mais um “crono” por equipas à nona tirada, enquanto serão muitas as dificuldades de montanha, entre os Pirenéus e os Alpes. Volta também a mítica subida ao Alpe d’Huez e as bonificações para uma prova que beneficia, sobretudo, os trepadores, deixando Chris Froome, o vencedor de 2013, com vontade de não ir à próxima edição do Tour.

Em comunicado divulgado após a apresentação do Tour 2015, o ciclista britânico da Sky admitiu que pode falhar a prova francesa e apostar numa (ou nas duas) das outras grandes voltas. “O Giro, que tem um contra-relógio de 60km e finais de etapa em montanha, parece-me uma corrida equilibrada. Se estiver bem em Itália, também posso estar bem para a Vuelta, com hipóteses de ganhar. No passado, só tentava fazer uma grande volta por ano, mas esta pode ser uma boa oportunidade para fazer duas”, ameaçou Froome.

A próxima edição do Tour será aquela que tem menos percurso em contra-relógio desde que a especialidade foi introduzida no programa, sendo que, na última época teve um “crono” individual de 54km. Desta vez, ao contrário do que tem acontecido nas últimas edições, não haverá nenhum “crono” na última semana de prova, mas regressam os por equipas, com quatro etapas de alta montanha imediatamente antes do último dia de prova, que tem a chegada nos Campos Elísios.

O Tour 2015 inicia-se a 4 de Julho, em Utrecht, na Holanda, com o tal “crono” em circuito urbano e termina em Paris, a 26 de Julho, com um total de 3344km divididos por 21 etapas, cinco das quais com chegada em altitude. Para além do regresso do “crono” de equipas, foram reintroduzidas as bonificações de tempo para os três primeiros classificados (10, 6 e 4 segundos) entre a segunda e a oitava etapas.

Se Froome está a ameaçar boicotar o Tour 2015, Vicenzo Nibali, vencedor de 2014, diz que adora este percurso. “Foi desenhada à imagem da última. Muito nervosismo na primeira semana, com pavé, chegadas em alto, vento. E depois, montanha, que será decisiva”, considerou o ciclista italiano, que está a apontar a duas grandes voltas em 2015: “Fazer a tripla Giro, Tour e Vuelta não é possível. A dobradinha Giro e Tour, sim.” Alberto Contador, vencedor em 2007 e 2009, também gosta deste Tour: “É um Tour que me agrada. É mais duro do que nos últimos anos e vai exigir que me recupere bem do Giro de Itália. Mas vou prepará-lo ao máximo.”