O Cosmos 2.0 vai ter uma “mentalidade ofensiva”

A equipa de Nova Iorque onde jogaram Pelé, Beckenbauer e Carlos Alberto está de volta, 28 anos depois. O PÚBLICO falou com Giovanni Savarese, o treinador da nova versão.

Pelé e Chinaglia, duas nas estrelas do Cosmos nos anos 1970
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Pelé e Chinaglia, duas nas estrelas do Cosmos nos anos 1970 DR
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Carlos Alberto dava segurança na defesa Jerry Liebman/New York Cosmos
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Beckenbauer era o "cérebro" da equipa Jerry Liebman/New York Cosmos
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Chinaglia marcava os golos Jerry Liebman/New York Cosmos
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Shep Messing era o guarda-redes Jerry Liebman/New York Cosmos
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As "cheerleaders" eram uma constante nos jogos do Cosmos DR
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Pelé foi campeão da liga norte-americana no seu último jogo competitivo DR
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Giovanni Savarese é o treinador do Cosmos 2.0 New York Cosmos
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O internacional espanhol Marcos Senna é o jogador mais conhecido da nova equipa New York Cosmos

Muito antes de Chelsea, PSG, Real Madrid e Barcelona reunirem na mesma equipa várias estrelas do futebol mundial, o New York Cosmos teve uma colecção de cromos que incluía jogadores como Pelé, Franz Beckenbauer, Giorgio Chinaglia e Carlos Alberto, só para citar alguns. No auge da sua popularidade, o Cosmos chegou jogar para enchentes de 77 mil pessoas, mas sucumbiu, tal como a North-American Soccer League, em 1985 sob o peso da sua própria megalomania (ver a revista 2 deste domingo). Vinte e oito anos depois, uma equipa com o nome New York Cosmos volta aos relvados, defrontando hoje, na primeira jornada de um campeonato secundário dos EUA os Fort Lauderdale Strikers. O novo Cosmos tão tem as mesmas ambições que a sua contraparte do passado, mas quer crescer e tem um nome conhecido nas suas fileiras, médio brasileiro que foi campeão europeu com a Espanha Marcos Senna. O PÚBLICO falou com Giovanni Savarese, treinador deste Cosmos 2.0, e o venezuelano diz que o Cosmos vai jogar ao ataque.

O que significa para si treinar uma equipa com um nome lendário?
É uma honra ter sido escolhido por este clube. Eu, os jogadores e todo o staff estamos muito ansiosos por trazer de volta um clube tão importante na história do futebol dos EUA. Ficámos muito satisfeitos com a nossa pré-temporada. Estamos prontos para começar a jogar.

Estão nervosos?
Estamos concentrados, a pensar no que vamos fazer. Não temos tempo para pensar em outras coisas. Espero que seja um dia especial. Já vai ser especial para nós, mas espero que seja memorável para quem vem ver o jogo.

Têm tido muita atenção dos “media” por ser um nome tão conhecido?
Sem dúvida. É um nome respeitado e um nome que tem tanta história. Acho que há muito interesse, não apenas internacionalmente, mas também nos EUA, em ver-nos a jogar.

Como correu a pré-temporada?
Correu bem. Fomos juntando um jogador de cada vez e preparando a equipa para jogar.

O que é que estavam à procura quando começaram a construir o plantel?
Estávamos à procura de jogadores que compreendessem o que era preciso para colocar este clube onde merece. Queremos que joguem de uma forma que as pessoas gostem, com uma mentalidade atacante.

Será esse o estilo da equipa, um estilo atacante?
Quando dizemos atacante, temos de ter cuidado. É preciso sempre ter um equilíbrio defensivo para podermos ir para o ataque. Sim, vamos ser uma equipa com mentalidade ofensiva, mas também vamos ser fortes na defesa.

Quando estavam a preparar a equipa fizeram treinos de captação. Algum desses jogadores ficou na equipa principal?
Nenhum ficou até à última fase, mas alguns ficaram connosco quase um mês durante a pré-época e que estiveram perto de assinar. E não está posta de parte a possibilidade de contratarmos alguns desses jogadores no futuro. Não sei se vamos fazer esses treinos outra vez, mas vamos pensar nisso quando a época acabar.

Marcos Senna é um jogador com muito prestígio internacional. Foi difícil contratá-lo?
Foram negociações longas, mas estamos contentes que ele nos tenha escolhido. Ele acrescenta muito à nossa equipa, não apenas no campo, mas também fora do campo. Foi uma contratação fantástica. Não posso dizer se vai ser o capitão, mas nesta equipa temos muitos jogadores experientes que podem assumir um papel de liderança.

Esperam muita gente nos jogos em casa?
Para já, esperamos estar em condições de jogar. Se tivermos casa cheia, ainda melhor.

Está nos planos do Cosmos passar para a Major League Soccer?
Não sei o que poderá acontecer no futuro. Tudo depende dos donos da equipa. O nosso trabalho como equipa técnica é ter o melhor produto possível no campo.

Como avalia a qualidade do campeonato onde vão jogar?
É uma liga complicada, temos equipas com estilos muito diferentes. Cada jogo vai ser diferente e difícil. Os jogadores vão ter de estar sempre no seu melhor em todos os jogos.

Acha que este Cosmos vai captar a atenção do mundo como fez o outro Cosmos?
Tudo é possível. Acho que repetir exactamente o que essa equipa fez é difícil, mas estamos a tentar criar um bom futuro. Temos uma boa direcção, temos um bom grupo de pessoas a trabalhar no regresso desta equipa.

Como é trabalhar com Eric Cantona como director-desportivo?
É um prazer trabalhar com ele. Já trabalhei com ele no passado e é sempre bom trabalhar ex-jogadores de sucesso.

Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias e campeonatos de futebol periféricos

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