Nick Kyrgios carrega a bandeira da Austrália

Sharapova ou Bouchard, uma loura vai estar nas meias-finais do Open australiano.

Foto
Brandon Malone/Reuters

Muitos ansiavam por um duelo entre Roger Federer e Nick Kyrgios nos oitavos-de-final do Open da Austrália. Mas no dia em que o jovem e carismático australiano compareceu ao encontro, o suíço deixou Melbourne, com a mulher, filhos e respectivas baby-sitters. Foi Andreas Seppi, o seu carrasco, a surgir na Hisense Arena, completamente esgotada. Mas com a ajuda do público, Kyrgios controlou as emoções, fintou o destino e recuperou de dois sets a zero para eliminar o italiano, que esteve a um ponto dos quartos-de-final.

“Acho que estive bastante composto em todo o encontro. Quando precisei de interagir com o público, fi-lo; foram uma parte massiva nesta vitória. Sempre que entro no court, estou sempre a aprender quando devo mostrar as emoções ou não”, contou Kyrgios, depois de ganhar, por 5-7, 4-6, 6-3, 7-6 (7/5) e 8-6, em três horas e 34 minutos.

O ponto de viragem surgiu no início do terceiro set, quando o actual 53.º do ranking fez o break ao italiano no início da terceira partida. A 6-5 do quarto set, Seppi (46.º mundial) dispôs de um match-point, no serviço adversário. Na “negra”, Kyrgios desperdiçou a vantagem de 4-1, mas no 14.º jogo ganhou todos os pontos no serviço do italiano.

Em Wimbledon, ainda antes da eliminação mediática de Rafael Nadal, Kyrgios já tinha assinado um feito igual, diante de Richard Gasquet: recuperou de 0-2 em sets e salvou nove match-points. “Foi a melhor sensação que alguma vez tive. Saber que o meu corpo pode recuperar de dois sets a zero dá uma confiança enorme. Com base na minha experiência em Wimbledon, sabia que tinha as pernas para o fazer”, disse o primeiro teenager desde 2001 (Federer) a disputar dois quartos-de-final em Grand Slams. E o primeiro australiano a ir tão longe no seu Open desde 2005 (Lleyton Hewit).

Será difícil a Kyrgios imitar o compatriota, pois o próximo adversário chama-se Andy Murray e está em grande forma, mas a auto-estima do australiano está no alto. “Acredito que consigo”, disse o tenista nascido há 19 anos em Camberra, filho de pai australiano de ascendência grega e mãe malaia.

Murray (6.º) levou somente menos dois minutos a qualificar-se, mas confirmou o bom momento ao dominar Grigor Dimitrov (11.º), por 6-4, 6-7 (5/7), 6-3 e 7-5, num encontro com muitas reviravoltas: Dimitrov liderou o set inicial, por 3-0; Murray serviu a 6-5 na segunda partida; e o búlgaro vencia o quarto set por 5-2, antes de ceder cinco jogos consecutivos.

No outro quarto-de-final, Nadal (3.º) defronta Tomas Berdych (7.º). O espanhol dominou o servidor Kevin Anderson (15.º), por 7-5, 6-1 e 6-4, enquanto Berdych terminou a prestação do outro australiano ainda em prova, Bernard Tomic (66.º), igualmente em três partidas: 6-2, 7-6 (7/3) e 6-2.

Nos “quartos” do torneio feminino, vai haver um duelo de louras, muito diferentes: Maria Sharapova (2.ª) tem mais sete anos e 10 centímetros de altura; Eugenie Bouchard (7.ª) é mais discreta e silenciosa. Neste domingo, Sharapova mostrou uma larga variedade de soluções para ultrapassar a chinesa Peng Shuai (22.ª), em apenas 1h15m: 6-3, 6-0.

Já a canadiana de 20 anos teve de aplicar-se durante mais de duas horas para vencer a romena Irina-Camelia Begu (42.ª), por 6-1, 5-7 e 6-2, após uma quebra de concentração lhe ter custado o segundo set quando tinha vencido nove dos dez primeiros jogos.

A romena Simona Halep (3.ª) ainda não perdeu qualquer set e vai discutir um lugar nas meias-finais com a russa Ekaterina Makarova (11.ª).

Sugerir correcção
Comentar