Murray vai ter uma quarta oportunidade na Austrália

As duas melhores tenistas do mundo, Serena Williams e Maria Sharapova, disputam a final feminina

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Andy Murray está na final do Open da Austrália Issei Kato/Reuters

Andy Murray está na melhor posição possível para se tornar no primeiro tenista a conquistar o Open da Austrália após três finais perdidas. Nada de novo para o britânico que perdeu quatro finais do Grand Slam antes de erguer o primeiro troféu num major, no Open dos EUA de 2012. Ao eliminar o pretendente Tomas Berdych na meia-final, Murray mostrou estar em forma e com um enorme desejo que quebrar a série de insucessos em finais. Novak Djokovic e Stan Wawrinka decidem na sexta-feira o outro lugar na final.

“Estar na final por quatro vezes, rodeado de tipos com Roger, Novak e Rafa, pode não parecer muito, mas não acontece muitas vezes”, disse um Murray muito contente com a exibição que lhe permitiu ultrapassar Berdych (7.º mundial), ao fim de três horas e meia: 6-7 (6/8), 6-0, 6-3 e 7-5. O finalista de 2010 (perdeu com Roger Federer), 2011 e 2013 (ambas com Novak Djokovic) foi mais forte num embate com muitos pontos longos.

Só o set inicial durou 76 minutos. Berdych assegurou os jogos de serviço com mais facilidade e pressionou na resposta sendo premiado com um break que lhe permitiu servir a 5-3. Só que a intensidade do checo desceu e Murray devolveu o break. A 5-5, Berdych escapou a dois break-points e foi para o tie-break com a confiança reforçada. “Ele começou bem o encontro enquanto eu estava um pouco hesitante, a habituar-me à bola dele; ele bate extremamente forte e ‘chapado’”, admitiu Murray.

A tensão subiu no final do set inicial: a caminho da cadeira, Berdych exclamou “Bem jogado, Tomas” e Murray, que não ouviu bem, queixou-se ao árbitro. “Ele estava sempre com o olhar fixo em mim sempre que trocávamos de lado. Respeito-o como jogador e espero que ele sinta o mesmo por mim, mas aquilo espicaçou-me um pouco”, confessou o número seis do ranking, que surgiu mais agressivo no set seguinte, chegando rapidamente a 4-0.

O checo só recuperou no quarto set, mas, a 5-5, a sexta dupla-falta de Berdych contribuiu para o break fatal e, sem tremer, o escocês fechou com o 15.º ás. “Estou muito desiludido por ter perdido, era um encontro importante. Tenho de voltar mais forte e preparar-me melhor”, admitiu Berdych, treinado desde Dezembro pelo amigo a antigo parceiro de treino de Murray, Dani Vallverdu.

O escocês desvalorizou a questão, salientando a amizade com Vallverdu e preferindo dar crédito a Amélie Mauresmo, sua treinadora desde o Verão passado. “Penso que até agora, nesta semana mostrámos que as mulheres também podem ser boas treinadoras. Foi uma decisão corajosa dela e, espero, retribuir-lhe dentro de dias”, frisou Murray, que também mencionou o trabalho de Lindsay Davenport, com a jovem Madison Keys (35.ª).

A norte-americana de 19 anos voltou a mostrar o seu valor perante Serena Williams, mas a lesão no adutor esquerdo condicionou-a e, ao nono match-point, cedeu diante da líder do ranking, por 7-6 (7/5), 6-2.

A final feminina de amanhã (8h30 em Portugal) vai opor as duas melhores tenistas da actualidade, pois Maria Sharapova (2.ª) dominou a igualmente russa Ekaterina Makarova (11.ª), por 6-3, 6-2, em menos de hora e meia.

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