Mulheres são o sexo forte na corrida

O jornal espanhol El País e o maratonista Jen Jakob Anderson afirmam que as mulheres são atletas mais eficientes energicamente em comparação ao sexo oposto. Saiba porquê e conheça algumas dicas para as runners.

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Actualmente, não há dia, hora e local que não se veja alguém a correr ou a caminhar. Homens, mulheres, jovens, reformados, acompanhados pelos filhos ou pelos seus animais de estimação… ninguém está indiferente ao fenómeno do running. Porém, segundo o artigo publicado no El País em Maio, são as mulheres que saem vitoriosas quando se fala em correr longas distâncias.

Também o investigador e maratonista Jen Jakob Anderson chegou a esta conclusão num estudo realizado a 131 maratonas durante cinco anos. Jakob analisou mais de 1,8 milhões de resultados das provas e verificou que as mulheres são atletas mais eficientes energeticamente em todos os aspectos.

Na sua opinião, “isso deve-se ao facto de os homens terem tendência a idealizar o quão bons são, enquanto as mulheres têm noção das suas limitações físicas e utilizam a cabeça antes de mover as pernas”.

Outros profissionais do desporto partilham da mesma opinião quanto a este resultado. É certo que os homens são, na sua maioria, mais musculosos e fortes fisicamente mas, contudo, no acto da corrida, sobretudo em provas de longa distância, é necessário uma forte parte psicológica que implica concentração e cálculo. É aqui que ganha a mulher. 

Além de serem mais analíticas na hora de correr, outra das vantagens é que as mulheres conhecem melhor o próprio corpo, conseguindo mais facilmente contornar alguns indícios de dor e lesões, por exemplo. 

O homem tem também o hábito de começar a prova a um ritmo mais lento, aumentando-o de forma gradual à medida que percorre mais quilómetros. Já as mulheres têm a capacidade de manter um ritmo constante ao longo de todo o percurso.

Às atletas que pretendem optimizar o esforço e performance, tirando o máximo partido da corrida, o Público Running recomenda o seguinte: 

Treinar força e resistência muscular - As mulheres mobilizam mais força na parte inferior do corpo que o sexo oposto, mas, embora as pernas sejam essenciais para correr, os restantes grupos musculares não devem ser esquecidos. Devem ser adicionados à rotina de treino exercícios localizados para peito, ombros, braços, glúteos, abdominais e pernas. Assim, conseguirá que estes músculos sejam menos “pesos mortos” na corrida.

Alongar as pernas – O sexo feminino tem maior dificuldade no retorno venoso na zona das pernas, motivo pelo qual tem maior propensão a varizes e derrames. Após terminar um treino, deve continuar a andar alguns minutos e fazer alongamentos até os batimentos cardíacos baixarem gradualmente.

Comprar um soutien adequado – A mulher corredora, além das sapatilhas, deve assegurar-se que tem um soutien do tamanho certo para evitar o impacto da corrida. Recomenda-se também que seja de um material que ajuste na dissipação de calor e seja anti-alérgico. 

“Dar ouvidos” ao ciclo menstrual – Competir na altura da pré-menstruação pode trazer uma perda na performance até 40%. Assim sendo, é importante que o treino seja adequado ao ciclo menstrual da atleta. Sintetizando o facto, pode-se afirmar que a fase pós-menstrual e pós-ovulatória são o período mais forte das mulheres (sem problemas de retenção de líquido, melhor estado mental e físico), adequado para os treinos de intensidade alta/forte. Na altura ovulatória/menstrual deve-se diminuir a intensidade dos treinos, bem como evitar alimentos ácidos e cafeína e correr em clima quente.  

O ciclo menstrual também afecta a alimentação. Há pouco a fazer para reduzir o apetite por doces e hidratos de carbono durante a menstruação, mas a mulher pode começar por conseguir controlar os seus excessos alimentares se comer uma pequena porção de algo “doce” para satisfazer esse desejo. Está comprovado cientificamente que, uma semana antes do período, o corpo feminino tende a desejar alimentos ricos em açúcar e em hidratos de carbono e, na fase ovulatória, um maior apetite por “salgados” e alimentos com mais gordura como as batatas fritas e o fast-food.

Não recear os hidratos de carbono – A mulher não deve privar-se de alguns grupos de alimentos por receio de estragar a dieta, principalmente se se tratar de uma atleta. Pode começar por incluir uma porção de cereais (arroz, massa) e leguminosas em todas as refeições nos dias de treino, para maximizar a constituição de reservas e energia. Além disto, deve procurar comer peixe pelo menos três vezes/semana, chá, frutos e legumes, alimentos estes associados a um menor risco da mortalidade feminina pelo cancro da mama. 

Evitar o “extremo” – “Nem tanto ao mar nem tanto à terra”. Os treinos não devem ser excessivos e a alimentação bastante restrita. O acompanhamento por um nutricionista e personal trainer são aconselhados sempre que possível.  

 

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