Muita montanha para encontrar o sucessor de Alejandro Marque

Espanhol não está presente numa edição da Volta a Portugal que começa nesta quarta-feira com um prólogo em Fafe. Participação da OFM-Quinta da Lixa, equipa dos dois primeiros de 2013, ainda não era certa.

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A Volta a Portugal deste ano termina, mais uma vez, em Lisboa Daniel Rocha

O japonês Kota Sumiyoshi (Team Ukyo) dará a primeira pedalada da Volta a Portugal 2014, que nesta quarta-feira arranca, por volta das 15 horas, em Fafe, com a realização de um prólogo de 6,8 quilómetros. Mas o dia começou ainda com algumas dúvidas em relação à participação da OFM-Quinta da Lixa, equipa que na edição anterior conseguiu ganhar a prova individualmente, embora ainda não se saiba em definitivo com que ciclista.

Desenhada para consagrar um trepador, a prova de ciclismo mais emblemática do país, que terminará em Lisboa, a 10 de Agosto, tem mais montanha. Cinco das nove etapas em linha têm perfil montanhoso e quatro delas terminam em alto. Às habituais metas instaladas na Senhora da Graça (4.ª etapa), Senhora da Assunção (5.ª) e Torre (7.ª), junta-se a colocada na estreante Serra do Larouco (3.ª). Mas antes, na 2.ª etapa, o percurso do pelotão incluirá passagens pelo Sameiro e pelo Bom Jesus, em Braga, o tiro de partida de quatro dias consecutivos de montanha.

Entre os 138 ciclistas apontados para partir de Fafe, não haverá um favorito declarado para vestir a camisola amarela em Lisboa. O vencedor de 2013, Alejandro Marque, não está presente para defender o seu título — e ainda não é certo que possa manter essa vitória no currículo. O espanhol teve um controlo antidoping positivo, mas sempre defendeu que dispunha de autorização médica, com conhecimento da União Ciclista Internacional (UCI), para utilizar a substância betametasona para debelar uma lesão no joelho. Contudo, o caso ainda estará a ser julgado pela federação espanhola. Esta situação custou-lhe até o contrato com a Movistar, equipa que se interessou por ele após o triunfo na Volta a Portugal.

O líder da OFM-Quinta da Lixa é agora Gustavo Veloso, segundo da geral em 2013, atrás de Marque, então seu colega. O espanhol volta a ser um dos candidatos, à partida o maior, embora o ano irregular que teve devido aos problemas financeiros da equipa lancem alguma incerteza quanto à sua forma. Delio Fernández, outro galego da OFM, também é um nome a ter em conta.

No entanto, a crise da equipa de Sobrado coloca a sua participação em dúvida, uma vez que o director-desportivo apresentado para a Volta não está inscrito na UCI, organização a quem cabe aprovar o nome do espanhol Jesus Rosendo em contra-relógio para que a OFM parta nesta quarta-feira para a estrada. O anterior director-desportivo da formação, José Barros, saiu das suas funções no início da semana. “Há trâmites legais que obrigam à formalização destas alterações junto da Federação Portuguesa de Ciclismo e, depois desta, junto da UCI e estamos a espoletar a possibilidade de que, mesmo em cima da hora, esta situação seja resolvida, que o novo director desportivo possa estar na equipa”, afirmou Joaquim Gomes, director da Volta a Portugal, citado pela agência Lusa.

Dos ciclistas no activo, Rui Sousa é o segundo com mais pódios da Volta (atrás de Vítor Gamito), embora ainda procure a primeira vitória. Terceiro em 2002, 2011, 2012 e 2013, o corredor da Boavista - Rádio Popular já mostrou várias vezes que não pode ser descartado do lote de candidatos, especialmente numa corrida com tanta montanha. “Vou fazer tudo para ganhar. É um sonho de muitos anos”, assumiu o atleta de 38 anos. A opção B na equipa será Daniel Silva, sexto da geral no último ano.

As principais figuras da LA-Antarte são Edgar Pinto ou Hugo Sabido, apesar de o nome mais famoso ser o de Vítor Gamito, que aos 44 anos, e depois de ter estado retirado do ciclismo profissional durante uma década, regressa à prova que ganhou em 2000, e na qual deverá fazer a sua despedida oficial.

Ricardo Mestre será a primeira opção da Efapel-Glassdrive. O homem que voltou este ano ao pelotão nacional é o único português que ganhou a Volta nos últimos dez anos, triunfando em 2011, no meio de quatro dos sucessos do recordista David Blanco. Hernâni Broco (Louletano-Dunas Douradas) é outro dos que parte com aspirações para uma competição que deve ser decidida entre ciclistas de equipas portuguesas.

Entre as equipas estrangeiras, destacam-se dois nomes: Luis León Sánchez (Caja Rural), quatro vezes campeão espanhol de contra-relógio e vencedor de quatro etapas no Tour, e o alemão Stefan Schumacher (Christina Watches), “despromovidos” para equipas secundárias por causa de ligações a doping.

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