O ex-treinador do Barcelona, Tito Vilanova, morreu nesta sexta-feira, aos 45 anos, vítima do cancro que lhe fora diagnosticado em 2011. Para o presidente do clube catalão, Josep Maria Bartomeu, fica a memória de “uma referência humana e futebolística eterna” para os blaugrana.

A ligação de Francesc Vilanova ao Barcelona vinha dos escalões de formação. Nascido em Bellcaire d’Empordà, Girona, como jogador, formou-se em La Masía, a academia do clube, onde conviveu com Pep Guardiola e onde ganhou a alcunha de o “Marquês”, pela elegância que lhe era reconhecida.

Não tendo conseguido afirmar-se na equipa principal do Barcelona, Vilanova representou vários clubes espanhóis, entre os quais o Celta de Vigo, o Badajoz, o Maiorca, o Elche e o modesto Gramenet, ao serviço do qual se despediu dos relvados, em 2002.

Cinco anos mais tarde, regressava ao Barcelona, a convite de Guardiola para adjunto na equipa B dos catalães. A parceria deu frutos, com a subida da equipa secundária ao segundo escalão. Guardiola assume, então, o comando da equipa principal na época seguinte e Vilanova acompanha-o, dando início a uma das eras desportivas mais bem-sucedidas dos blaugrana. Diz o El País, de resto, que Vilanova foi mesmo preponderante em algumas contratações, como a de Cesc Fàbregas.

Em 2011, Vilanova ficou a saber que lhe tinha sido diagnosticado um tumor na glândula parótida, ao qual foi operado em Novembro. Ele, que chegaria a treinador principal em Abril de 2012, para substituir Pep Guardiola, foi obrigado a ausentar-se do comando do Barcelona em várias ocasiões e chegou a ter de viajar para os EUA para ser submetido a uma intervenção cirúrgica.

Foi ainda com Vilanova que o Barcelona se sagrou campeão da Liga espanhola na última temporada, mas a degradação do estado de saúde do treinador obrigou-o a abandonar o futebol.

“O falecimento de Tito Vilanova é um dia triste para o futebol, para Barcelona e, o mais importante, para a sua família e amigos”, reagiu José Mourinho, agora treinador do Chelsea, que motivou um episódio de desentendimento com o espanhol no decurso de um jogo da Supertaça entre o Barça e o Real Madrid, em 2011.

Michel Platini, presidente da UEFA, também lamentou o desaparecimento do técnico. “Era uma grande pessoa e um fantástico treinador, que sempre será recordado pelo seu trabalho no Barcelona. Envio as minhas condolências à família de Tito e ao clube”, assinalou o francês, no site do organismo.

Lionel Messi e Andrés Iniesta, que foram treinados por Vilanova, aproveitaram as redes sociais para deixar uma mensagem: “Nunca irei esquecê-lo. Estaremos sempre com Tito”, escreveu o argentino no Facebook. “Foste e continuarás a ser um exemplo. Foi uma honra ter feito parte da tua vida”, reagiu o espanhol.