Herói acidental no Santiago Bernabéu e noite amarga para Leonardo Jardim

Noite “europeia” só teve um golo, de “Chicharito” Hernández, que decidiu a eliminatória entre Real Madrid e Atlético de Madrid. Mónaco não conseguiu quebrar resistência da Juventus e foi afastado da Champions

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Javier Hernandez marcou o golo do triunfo do Real sobre o Atlético de Madrid GERARD JULIEN/AFP

Real Madrid e Juventus juntaram-se a Bayern Munique e Barcelona para completar um luxuoso lote de semifinalistas da Liga dos Campeões. Em conjunto, os quatro emblemas somam nada menos do que 21 títulos de campeão europeu, com evidente preponderância para os merengues, que há um ano conquistaram La Décima em Lisboa.

A equipa de Carlo Ancelotti bateu o rival Atlético de Madrid, tal como aconteceu em Maio passado, no Estádio da Luz. Após sete duelos na presente temporada e zero vitórias sobre os colchoneros, o Real Madrid ganhou quando mais importava: um golo providencial do inesperado “Chicharito” Hernández, nos minutos finais da partida, garantiu o apuramento após o 0-0 na primeira mão. Já a Juventus defendeu a vantagem obtida em casa (1-0), segurando o empate sem golos no terreno do Mónaco. Os bianconeri afastaram a equipa de Leonardo Jardim e voltam a marcar presença nas meias-finais da Champions, que não disputavam desde 2002-03.

Apesar de uma lista de baixas que incluía nomes como Marcelo (castigado), Modric, Gareth Bale e Benzema (todos lesionados), o Real Madrid conseguiu ser imperturbável e esteve sempre mais perto das meias-finais. Carlo Ancelotti fez alinhar três centrais no “onze” titular, com Pepe e Varane a fazerem dupla no centro da defesa e Sergio Ramos numa posição mais avançada, no meio-campo (Coentrão jogou a lateral esquerdo). Mas a aposta que rendeu ouro ao técnico italiano foi “Chicharito” Hernández – o avançado que alinha nos merengues cedido pelo Manchester United foi o elemento em maior destaque no Real Madrid. Incansável, o internacional mexicano deixou a cabeça em água aos defesas colchoneros. E, aos 88’, aplicou o golpe de misericórdia ao Atlético de Madrid, com um golo simples: um só toque, a empurrar a bola para o fundo da baliza após uma boa jogada de Cristiano Ronaldo. O último golo de “Chicharito” na Liga dos Campeões remontava a 7 de Novembro de 2012, em Braga, na visita do Manchester United a contar para a fase de grupos de 2012-13.

Até aí, a equipa de Diego Simeone tinha mostrado aquela resistência muito própria. Oblak voltou a ser gigante na baliza, acrescentando um punhado de grandes intervenções àquelas que já tinha feito na primeira partida. Mas tudo ficou mais complicado aos 76’, quando Arda Turan viu o segundo amarelo e foi expulso após um lance com Sergio Ramos. O internacional turco saiu de campo em passo lento, como a desculpar-se aos companheiros de equipa pela situação em que os deixava. Abraçou-se a Raúl García, cumprimentou o adjunto e o treinador, e desceu as escadas para os balneários. A única esperança colchonera passava a ser forçar o prolongamento, resistir e esperar pela sorte nas grandes penalidades. Mas “Chicharito” Hernández escreveu uma história diferente.

Mónaco ineficaz
O outro lugar nas meias-finais da Liga dos Campeões ficou para a Juventus, que na visita ao Mónaco concentrou-se em defender a vantagem obtida na primeira mão. O golo de Arturo Vidal, numa grande penalidade contestada por Leonardo Jardim, acabou por ser decisivo na eliminatória e garantir o regresso da vecchia signora às meias-finais da principal competição europeia.

Obrigado a inverter a desvantagem que trazia de Itália, o Mónaco (com João Moutinho e Bernardo Silva no “onze”) foi sempre mais perigoso do que a Juventus, mas o ataque pecou por falta de eficácia. As estatísticas da UEFA contabilizam 12 remates da equipa de Leonardo Jardim, dos quais apenas um foi enquadrado com a baliza adversária. A ocasião mais flagrante surgiu aos 50’, quando Buffon falhou o soco numa bola pelo ar, mas Evra evitou o golo quando Abdennour se preparava para empurrar para a baliza. Foi uma noite amarga para Jardim.

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