Mo Farah não chegou para os quenianos em Cardiff

O queniano Geoffrey Kamworor sagrou-se vencedor da 22.ª edição dos Mundiais de meia-maratona.

Foi uma partida atribulada para Kamworor
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Foi uma partida atribulada para Kamworor DR
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Kamworor no momento da chegada à meta DR
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Mo Farah, desiludido no final da prova DR

Teve lugar em Cardiff, capital do País de Gales, a 22.ª edição dos Mundiais de meia-maratona e uma das principais atracções da competição residia em saber se o britânico Mo Farah voltaria a dar à Europa, e em casa, uma vitória no certame, algo que já não ocorria desde que, em 1996, o italiano Stefano Baldini se sagrara campeão. A resposta foi não, ao fim de uma prova espantosa, decorrida debaixo de chuva num excelente percurso plano, mas neste sábado algo batido pelo vento. Apesar de ficar com a medalha de bronze, Farah não chegou para dois dos quenianos envolvidos na corrida, e os mais cotados da equipa, Geoffrey Kamworor e Bedan Karoki.

Kamworor, que Farah vencera na final dos 10.000m dos Mundiais de Pequim do ano passado era, mesmo pesando a presença do britânico, o principal favorito, o que suporia repetir o triunfo na última edição dos Mundiais de meia-maratona, ocorrida em Copenhaga, há dois anos. E tudo pareceu desde logo perdido para o queniano, já que imediatamente após o tiro de partida caiu, foi tocado por detrás. Milagrosamente, os outros atletas que o seguiam “pegaram” em Kamworor, levantaram-no e, uma milha depois, já o africano fazia parte do  grupo da frente.

Um pouco ao contrário da prova feminina, que partira 45 minutos antes – a corrida popular saiu nas costas da prova masculina – o ritmo foi fortíssimo entre os primeiros homens, com 14m10s aos 5km e 27m39s aos 10km, o que significava estar-se a operar a ritmo susceptível de bater o recorde mundial de 58m23s, estabelecido em Lisboa pelo ausente eritreu Zersenay Tadese, em Março de 2010. Isto significou que Mo Farah se atrasou ainda antes de metade da corrida, ficando sozinho entre fogos numa posição difícil.

Apesar dos esforço dos melhores etíopes, Kamworor e Karoki isolaram-se antes dos 15km (passados em 41m41s) e depois foi mesmo Kamworor a fugir, debaixo de uma última forte bátega de água, para assegurar um triunfo glorioso, com 59m10s, 16 segundos adiante do seu compatriota. Entretanto, tendo apanhado três fundistas que seguiam à sua frente, Farah usou o sprint final para chegar ao bronze, com 59m59s, tendo o etíope Abayneh Ayele ficado logo a seguir, com o mesmo tempo. O Quénia ganhou por equipas, seguido da Etíópia e Eritreia.


No lado feminino, o domínio leste-africano decorreu sem partilha e um dos novos nomes quenianos da actualidade, Peres Jepchirchir, escapou para o triunfo face à sua colega Cynthia Limo, a líder mundial do ano (1h06m04s), para finalizar com 1h07m31s, contra 1h07m34s. Outra queniana, Mary Wacera, fechou o pódio (1h07m54s), Netsanet Gudeta, da Etiópia, foi quarta (1h08m01s), enquanto o Quénia, de maneira óbvia, ganhava colectivamente face à Etiópia e ao Japão.
 

 

 

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