Mário Figueiredo reeleito presidente da Liga

O líder do organismo foi reeleito com dez votos a favor e um em branco, em polémica tarde de eleições.

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Mário Figueiredo acusa a actual direcção da FPF de asfixiar financeiramente a LPFP nelson garrido

Mário Figueiredo renovou o seu mandato na presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), nas eleições realizadas na sede do organismo, no Porto. A maioria dos clubes, porém, assinou uma declaração conjunta contra a reeleição.

Numas eleições agitadas, marcadas pela tentativa de impugnar o sufrágio por parte da maioria dos clubes profissionais e pelo reforço policial no interior do edifício da LPFP, Mário Figueiredo obteve dez votos a favor e um em branco.

A tarde de eleições, com início previsto para as 16h00, arrancou com 26 clubes reunidos em assembleia-geral (AG), a apresentarem um requerimento com vista à anulação do acto eleitoral, posteriormente recusado pela AG da Liga de clubes.

Sete clubes da I Liga (Académica, FC Porto, Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Rio Ave, Estoril-Praia e Arouca) requereram a anulação numa fase inicial, que acabou por ser interrompida uma vez que, tal como uma fonte de um dos clubes presentes explicou à Lusa, "os ânimos estavam demasiado exaltados". Um intervalo que contou com o reforço da polícia no interior da sede da Liga.

A assembleia prosseguiu, culminando com o presidente da AG, Carlos Deus Pereira, a não aceitar o requerimento.

Dos 33 clubes dos campeonatos profissionais, Benfica, Marítimo, Gil Vicente, Chaves e Moreirense não marcaram presença na AG eleitoral, enquanto Sporting, Leixões e Boavista foram as primeiras equipas a votarem. Seguiram-se Santa Clara, Atlético, Farense, Paços de Ferreira e Belenenses.

Já depois das 19h00, o presidente do Estoril-Praia, Tiago Ribeiro, confirmou a conclusão das votações e o início da contagem dos votos.

"Este foi um acto eleitoral que envergonha o futebol português. Não sabemos como o Boavista votou, porque, apesar de ir participar na próxima edição da Liga, não participou no último campeonato", referiu à saída da sede, no Porto, o presidente da Académica, José Eduardo Simões, salientando ainda que “foi entregue um requerimento, para condenar as ilegalidades óbvias deste acto eleitoral, que foi rejeitado pelo presidente da mesa da AG”.

"Nenhum dos quatro clubes subscritores da candidatura do Mário Figueiredo tinham uma indicação clara de quem assinou esses documentos e da acta em que foram assinados. Alguns, nem carimbo, nem papel timbrado do clube tinham", esclareceu ainda o presidente, que vai mais longe: "Seria benéfico para os clubes pensarem se não seria uma boa ideia atrasarem o início dos campeonatos profissionais até que a verdade na Liga seja reposta".

Tal como o líder da Académica, Paulo Menezes, dirigente do Paços de Ferreira, vincou igualmente à saída que este "foi um processo eleitoral que envergonha todos os clubes”: “A partir do momento em que os clubes não se sabem organizar, o resultado é este. Se isto acontecesse numa candidatura minha, não havia legitimidade para exercer o cargo", concluiu.

Mário Figueiredo sobrevive na liderança da Liga de Clubes e diz-se "satisfeito" com a reeleição, "dentro do panorama em que se iniciou este acto eleitoral, que alguns, aliás os de sempre, tentaram, por vários meios, sabotar". O presidente agradece "aos clubes que corajosamente vieram aqui exercer o seu direito de votar" e que "demonstraram a sua coragem e capacidade de serem livres". "Agora vamos trabalhar e cumprir aquilo a que nos propusemos. Conto com todos aqueles que querem fazer a Liga e o Futebol andar para a frente", concluiu, esta quarta-feira, em comunicado.

A maioria dos clubes entregou, posteriormente ao acto eleitoral, uma declaração conjunta à Mesa da Assembleia Geral, afirmando-se contra a reeleição do presidente do organismo. O recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol deve, agora, ser realizado no prazo de cinco dias, sendo que os estatutos da Liga prevêem a entrada da acta da AG nos serviços no prazo de dez.

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