Depois de André Villas-Boas ter abandonado a sua “cadeira de sonho” no FC Porto e rumado ao Chelsea, agora poderá ser Leonardo Jardim a dar por cumprido o “sonho de infância” de treinar o Sporting, não resistindo às tentações financeiras do Mónaco. Os argumentos dos responsáveis do clube monegasco terão convencido o técnico madeirense e nem a cláusula de rescisão que o segurava aos “leões” (15 milhões de euros, como já revelou o presidente Bruno de Carvalho, ainda que este montante possa ser inferior no caso de uma saída para o estrangeiro) terá refreado a vontade dos vice-campeões franceses, onde alinham os portugueses João Moutinho e Ricardo Carvalho. Marco Silva poderá ser o senhor que se segue no banco de Alvalade.

A reunião decisiva entre Leonardo Jardim e os responsáveis do Mónaco (representado pelo vice-presidente Vadim Vasilyev, segundo revelaram os jornais A Bola e Record), terá ocorrido esta quarta-feira, em Lisboa. Um encontro onde não esteve presente nenhum representante do Sporting. Uma fonte do clube “leonino” garantiu ao PÚBLICO que a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) não tinha conhecimento de quaisquer contactos entre o treinador, que tem mais um ano de contrato com o clube de Alvalade, e o clube monegasco.

Segundo uma fonte do Mónaco, contactada pela agência Lusa, a formação do principado teria já chegado a acordo com Leonardo Jardim para um contrato válido por duas temporadas, com mais uma de opção, caso sejam alcançados determinados objectivos desportivos, que não são especificados. Desconhecidos são também os valores envolvidos na transferência, assim como a indemnização exacta a que o Sporting terá direito, caso se confirme este desfecho.

Leonardo Jardim chegou ao banco dos “leões” no início da temporada 2013-14, com o objectivo de recuperar uma equipa ferida pela desastrosa prestação na época anterior, que encerrou num inédito sétimo lugar, falhando as competições europeias. O técnico madeirense cumpriu a sua missão, alcançando um meritório vice-campeonato e o acesso directo à milionária Liga dos Campeões. Teve ainda o mérito de valorizar o plantel, promovendo com sucesso alguns jovens jogadores da equipa B na formação principal.

Para trás ficava uma curta experiência de seis meses no Olympiacos, suficiente para conquistar o campeonato e a Taça da Grécia, antes de ser, surpreendentemente demitido pela direcção do clube de Atenas. Em Portugal, o técnico madeirense já havia orientado o Desportivo de Chaves, Beira-Mar e Sp. Braga.

A confirmar-se a saída de Jardim, os “leões” terão de encontrar uma alternativa imediata, com vista à preparação da próxima época, e Marco Silva, ex-técnico do Estoril, perfila-se como a escolha mais óbvia. Após duas grandes temporadas ao serviço dos “canarinhos”, o jovem treinador português, de 36 anos, aguarda por uma experiência num “grande” do futebol português.