Só um grande Elias conseguiu levantar as bancadas do Jamor

O segundo melhor tenista português no ranking ATP regressa aos quartos-de-final do Portugal Open e está igualmente nas meias-finais de pares.

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Elias vai ter mais um "top 100" pela frente na terceira ronda José Sarmento Matos

Se no filme de 1950, realizado por Artur Duarte, o Grande Elias era um fingidor, já Gastão Elias, um dos protagonistas desta 25.ª edição do Portugal Open, não disfarça o seu valor. O tenista nascido há 23 anos, nas Caldas da Rainha, voltou a fazer uma exibição ao nível de um top 100, obteve a melhor vitória da sua carreira e revalidou o estatuto de quarto-finalista no Open português – e, ao lado de João Sousa, a presença nas meias-finais de pares. Num dia em que o Jamor registou a maior afluência de sempre para uma quinta-feira (7308 visitantes), cerca de quatro mil testemunharam no Centralito duas excelentes vitórias para o ténis português.

“Para mim foi sem dúvida um momento que vou levar para o resto da minha vida. Nunca tinha vivido nada assim. Faz falta, este público aparecer mais vezes”, começou por confessar Elias, no final do dia, após derrotar, ao lado do amigo João, o par Guillermo Garcia-Lopez/Philipp Oswald, por 6-3, 6-1.

O mesmo Garcia-Lopez (39.º) a quem Elias (179.º) tinha ganho, duas horas antes, por 6-4, 3-6 e 6-2, em duas horas e quatro minutos, naquela que é a maior vitória da carreira em termos de ranking do adversário. O número dois português teve uma quebra após ganhar a partida inicial, mas após um muito difícil jogo de serviço a abrir o set decisivo, partiu para uma exibição sólida, em que não enfrentou qualquer break-point e quebrou por duas vezes o espanhol, a última das quais para selar a vitória e levantar as bancadas.

“Sem dúvida que foi importante ter o público do meu lado e ele ter o público contra. Foi uma combinação de tudo. Joguei bem, do princípio ao fim, perdi o segundo set mas fiz as coisas certas e há que dar mérito ao adversário. No terceiro, foi o físico, o mental, o apoio e a vontade de vencer”, resumiu Elias.

Um ano depois de ter ganho pela primeira vez no quadro principal do Portugal Open, o número dois português repete a presença nos “quartos”, onde vai defrontar o romeno Victor Hanescu (93.º), que, precisou igualmente de mais de duas horas para ultrapassar (6-3, 4-6 e 6-3) o espanhol Pablo Carreño Busta (60.º). “Já joguei com ele uma vez e ganhei, em piso rápido, mas aqui será diferente. Estou bastante confiante”, adiantou Elias, referindo-se à vitória no Masters do circuito Challenger, no final de 2012.

As vitórias de Elias, em singulares e pares, ofuscaram as estreias dos dois jogadores mais conceituados deste Portugal Open, Tomas Berdych (6.º) e Milos Raonic (9.º).

O checo esteve somente 75 minutos no court central, tempo suficiente para afastar o indiano de 29 anos, Somdev Devvarman (102.º), por 6-3, 6-2. Raonic esteve oito minutos menos, mas venceu com os mesmos parciais o uruguaio Pablo Cuevas (161.º).

Stanislas Wawrinka, que deveria ser a estrela do torneio não fosse o desgaste provocado pelo triunfo em Monte Carlo, também esteve no Jamor, numa visita de cortesia. “Infelizmente, tive de desistir. Estou feliz por estar aqui durante um dia, ver as pessoas, falar com a imprensa e fazer algumas coisas em prol do torneio”, afirmou o suíço.

A jornada desta sexta-feira, abre com as meias-finais femininas. A bicampeã de torneios de Grand Slams, Svetlana Kuznetsova eliminou nesta quinta-feira a segunda favorita, Eugenie Bouchard, por 6-4, 6-1, e defronta Elena Vesnina, que recuperou de 2-5 antes de vencer Roberta Vinci, por 7-6 (7/5), 4-6 e 7-5. Na outra meia-final, a principal favorita Carla Suarez Navarro, que ainda não perdeu um set, joga com Irina-Camelia Begu, sobrevivente do qualifying.

 

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