Fim do Portugal Open deixa o ténis português de luto

O torneio que trouxe a território nacional alguns dos melhores tenistas internacionais chega ao fim.

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O Portugal Open trouxe a Oeiras alguns dos melhores tenistas internacionais José Sarmento Matos

Após 25 edições em que permitiu aos adeptos portugueses verem em acção os melhores tenistas do mundo, o Portugal Open chegou ao fim. João Lagos já não conseguiu reunir as condições para organizar a edição de 2015 e não pôde evitar dar esta má notícia ao ténis português. Um decisão difícil para o director do torneio, mas que contrasta com os feitos inéditos de João Sousa no circuito profissional.

“Havia prometido há poucas semanas que a emoção não se iria sobrepor à razão na hora de assumir a organização do Portugal Open 2015. E, infelizmente, foi com infinita tristeza que me vi forçado a comunicar ao ATP que não reuni as condições de poder assumir a organização do próximo Open”, explicou João Lagos, antes de frisar numa linguagem tenística: “Foi o mais longo encontro de ténis que joguei em toda a minha vida. Chegou a um quinto e último set, com troca de match-points constantes entre mim e o adversário. Mas por mais winners que tenha assinado ao longo de 25 anos, e foram muitos, acabei por ceder exausto, mas só depois de deixar tudo em court.”

Desde 1990, passaram pelos courts do Complexo de Ténis do Jamor, jogadores como Roger Federer, Rafael Nadal, Thomas Muster, Marat Safin, Juan Martín Del Potro, Stan Wawrinka, Juan Carlos Ferrero, Justine Hénin, Victoria Azarenka ou Eugenie Bouchard. E foi a qualidade organizativa da Lagos Sports que a levou a vencer o concurso para pôr de pé o Masters, em 2000, que trouxe a Lisboa os oito melhores do mundo dessa época, casos de Pete Sampras, Andre Agassi ou Gustavo Kuerten, o vencedor.

A promoção do país foi sempre associada à organização do evento de tal forma que Lagos foi, em 2005, condecorado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem de Mérito e, este ano, o torneio reconhecido por decreto como de interesse público nacional. Mas com o desejo (e milhões de dólares) de outros países, nomeadamente da Ásia, para organizar torneios de ténis, será quase impossível que o ATP World Tour volte a passar por Portugal nos tempos mais próximos.

“É o país que perde importantes activos de promoção internacional e que o qualificam enquanto destino de excelência. Foi uma missão que cumpri de forma abnegada, e muitas vezes só, ao longo de 25 anos, mas que agora é interrompida. Oxalá, o mesmo não suceda a outros eventos de renome internacional, como é o caso do Rali de Portugal”, disse João Lagos.

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