FIFA autoriza véus e turbantes nos jogos de futebol

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TOSHIFUMI KITAMURA/AFP

A FIFA aprovou neste sábado alterações às regras que vão permitir a partir de agora a utilização de véus ou de turbantes que cubram a cabeça. Esta autorização já estava em vigor, de forma experimental, desde 2012, mas agora passa a ser definitiva.

"Foi decidido que as jogadoras poderão ter a cabeça coberta para jogar", afirmou em conferência de imprensa o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Jérôme Valcke, depois da reunião do International Football Associaton Board (IFAB), em Zurique, na Suíça. Este organismo é quem tutela as regras do jogo.

Além de permitir às mulheres muçulmanas a utilização de véus, a mesma medida foi alargada aos homens, em resposta a um requerimento da comunidade sikh canadiana. Brevemente, será enviada uma circular a todas as federações a explicar detalhadamente a forma de aplicação desta decisão.

O véu ou o turbante não poderão ser os de uso diário. Deverão ter a mesma cor da camisola, não constituir perigo para quem o utiliza nem ter pontas soltas.

A FIFA proibia a utilização do véu, alegando o risco de lesões no pescoço e na cabeça, mas em 2012 o IFAB decidiu testar o uso, o que sucedeu durante quase 20 meses, na sequência de um pedido da Confederação Asiática de Futebol.

Após a experiência, o Board considerou não haver mais razões válidas para proibir esta prática, desde que todas a regras de segurança sejam respeitadas.

"É uma autorização global", disse Valcke, reconhecendo que o facto de a Jordânia, um reino árabe, ser a anfitriã do Mundial feminino de sub-17 em 2016 teve um papel importante nesta decisão.

A decisão do IFAB diz respeito à alteração da Lei 4, que regula o equipamento dos jogadores. O regulamento oficial da modalidade tem 17 leis. Além de passar a incluir os turbantes e véus, o IFAB aprovou mais alterações à Lei 4, no sentido de "clarificar que nenhuma peça do equipamento, nem mesmo a roupa interior, pode apresentar qualquer tipo de slogan, declarações ou imagens".

Sobre a utilização de tecnologia para monitorizar a prestação de jogadores e outros aspectos do jogo, o IFAB concluiu que o assunto ficará à espera do primeiro relatório que irá ser feito após a Algarve Cup, competição feminina que se disputa naquela região portuguesa desde 1994 e que opõe selecções femininas. Algumas jogadoras irão usar essa tecnologia, segundo se lê nas conclusões da reunião do IFAB.

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