Ferrari F138, o monstro transformado em bela

Equipa italiana promete melhor início de época, depois do arranque falhado na temporada passada.

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Alonso e Massa, com o novo carro da Ferrari AFP/Gabinete de Imprensa da Ferrari
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O F138 não tem o polémico degrau na parte da frente Reuters/Gabinete de Imprensa da Ferrari
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O F138 é uma evolução do carro do ano passado Reuters/Gabinete de Imprensa da Ferrari
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O nome (F138) é uma homenagem ao ano em que estamos e aos motores V8, que se despedem em 2013 AFP/Gabinete de Imprensa da Ferrari
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O carro de 2012 tinha um degrau na parte da frente José Jordan/AFP

O F2012, o carro que a Ferrari utilizou na temporada passada na Fórmula 1, não deixou saudades. Muito criticado pelo design, chegando a ser catalogado como o carro mais feio da história da equipa italiana, também demorou muito tempo a competir com as demais escuderias. Agora, a Ferrari apresenta o F138, já sem o polémico “degrau” na parte da frente do carro, e com a promessa de ser competitivo desde o início da temporada.

“É mais bonito”, declarou Stefano Domenicali, chefe da Ferrari, durante a apresentação do novo monolugar.

Sendo uma “evolução” do F2012, o F138 diferencia-se, essencialmente, por não ter o degrau na parte da frente do carro, desaparecendo o elemento que tanta polémica provocou na época passada. Uma alteração suficiente para a agência Reuters dizer que o monstro foi transformado em bela.

Mais importante do que o aspecto, no entanto, é o resultado em pista. E, nesse capítulo, os responsáveis da marca italiana pretendem evitar uma nova entrada em falso no Mundial.

“O nosso objectivo fundamental é dar aos nossos pilotos um carro que seja competitivo já, porque infelizmente, nos anos anteriores, não chegámos perfeitamente preparados ao início da época, depois do Inverno”, disse Domenicali.

O líder da escuderia italiana diz que manteve os pontos positivos da época passada (“fiabilidade e excelente estratégia de equipa”) e investiu nos detalhes da aerodinâmica, especialmente na capacidade de colocar os pneus Pirelli na temperatura ideal, algo essencial para a Ferrari ter melhores desempenhos, nomeadamente nas qualificações, em que, na época passada, foi regularmente superada pela Red Bull e McLaren.

Chamado F138 – por causa do ano em que estamos e dos motores V8, que fazem a sua despedida em 2013 –, o novo monolugar foi também desenhado por Nikolas Tombazis e foi desenvolvido no túnel de vento da Toyota, em Colónia, uma vez que o da Ferrari está a ser remodelado.

Os primeiros testes do F138 realizam-se na próxima terça-feira, em Jerez de la Frontera (Espanha), cabendo a Felipe Massa a tarefa de dar as primeiras voltas no novo monolugar.

Fernando Alonso, actual vice-campeão mundial, só testará o novo carro em Fevereiro (19 a 22, em Montmelò, na Catalunha), ganhando tempo para se preparar física e mentalmente para a nova temporada, que o espanhol prevê bem diferente da de 2012.

“Será difícil repetir a época passada, com sete vencedores diferentes nos primeiros sete Grandes Prémios”, afirmou Alonso, argumentando que nesta época não há grandes mudanças nos regulamentos: “Penso que duas ou três equipas vão ganhar quase todas as corridas e nós temos de ser uma dessas equipas.”

A apresentação do novo monolugar serviu ainda para o anúncio de um novo patrocinador (a empresa chinesa Weichai Power) e para Luca di Montezemolo fazer um pouco de campanha eleitoral. O presidente da Ferrari, que integra a lista de Mario Monti nas eleições italianas deste mês, não resistiu a fazer uma analogia. “Se a Itália fosse um carro de F1, nunca ganharia, nem mesmo com o melhor piloto do mundo: é muito complexa, muito lenta e demasiado cara.”
 

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