FC Porto só ganhou ao Estoril na pontaria

Golos de Aboubakar e Maicon fizeram os portistas regressar aos triunfos frente a um adversário que deixou boas indicações.

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Aboubakar tem três golos marcados nesta edição da Liga Francisco Leong/AFP

O Estoril ficou com boa imagem, o FC Porto com os golos. A eficácia portista fez a diferença no Estádio do Dragão, onde os “azuis e brancos” regressaram aos triunfos na Liga (2-0) e subiram, à condição, ao topo da classificação.

Foi um êxito com mais trabalho do que inspiração, pois foram os visitantes que praticaram o futebol com mais continuidade. A qualidade portista foi pontual, mas decisiva para triunfar. Viu-se quando Yacine Brahimi serviu Aboubakar para o primeiro golo, que poderia ter lançado a equipa para um encontro tranquilo, e quando Maicon, de livre directo, acabou com a reacção dos “canarinhos”.

A posição do argelino foi a grande surpresa do início do jogo — bem maior do que a titularidade de Indi no lado esquerdo da defesa. Coabitou no “onze” com Varela e Tello e jogou como n.º 10 — Herrera começou no banco. A mudança deu frutos logo no início. Maxi Pereira colocou em Brahimi e este entrou na área e livrou-se de Yohan Tavares antes de oferecer o golo a Aboubakar, aos 6’.

O Estoril sentiu o golpe, demorou alguns minutos a ordenar-se, mas o terceiro golo do camaronês na Liga não lançou o vice-campeão para um bom jogo. De peito aberto, a equipa de Fabiano Soares começou então a pegar no jogo, a fazer pressão em cima e a atacar com muitos elementos, dando continuidade aos bons sinais que deu neste arranque de época e aos problemas que o FC Porto revelou contra o Marítimo.

O central Diego Carlos (ex-FC Porto B), em dois cantos quase seguidos, primeiro com a cabeça e depois com a coxa, não andou muito longe do empate. Aos 32’, o Estoril realizou um grande movimento colectivo, culminado com um remate rasteiro de Léo Bonatini a obrigar Iker Casillas a uma defesa atenta. Por esta altura, já se ouviam asssobios dos adeptos portistas à equipa, incapaz de fazer outra jogada com princípio, meio e fim, e Julen Lopetegui pensava em voltar ao plano A, o que aconteceu ainda antes do intervalo: Brahimi regressou à faixa e André André entrou para tentar reequilibrar a luta do meio-campo.

O domínio do Estoril manteve-se no início da segunda metade. Bonatini, Bruno César com um forte remate de fora da área e Gerso voltaram a ameaçar o empate. O FC Porto só descansou aos 62’, quando Maicon aproveitou uma das várias faltas sofridas por André André para fazer o 2-0. Os “dragões” marcaram cinco vezes de livre directo na temporada anterior, mas nenhuma vez pelo central brasileiro.

O conjunto portista terminou o jogo com menos remates do que o Estoril e só três deles com perigo — os dois golos mais uma tentativa à meia-volta de Osvaldo, nos descontos —, mas ganhou na estatística que mais interessa: a vitória.

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