Tello confirmou pretensões do FC Porto e acabou com as do Sporting

O avançado espanhol afundou os “leões” ao anotar os três golos do triunfo dos “dragões” no clássico. Jackson Martínez destacou-se com duas assistências.

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Tello foi o homem do jogo, ao marcar os três golos do jogo Miguel Riopa/AFP

Cristian Tello reduziu a equação da corrida pelo título a dois clubes. A eficácia que tem faltado ao espanhol no momento de decidir perto da baliza teve-a toda no clássico do Dragão. O extremo apontou todos os três golos do triunfo claro (3-0) do FC Porto sobre o Sporting, resultado que mantém os “dragões” a quatro pontos do Benfica e afasta, realisticamente, os “leões” da luta pelo primeiro lugar, já a uns distantes 12 pontos, a 11 jornadas do fim do campeonato.

O Sporting dos jogos de grande cartaz esteve irreconhecível e o FC Porto resolveu os seus problemas anteriores com os clássicos com grandes exibições de Tello, Jackson Martínez, autor das assistências para os dois primeiros golos, e a surpresa Evandro. O Sporting só esteve no jogo na primeira meia-hora e a estatística oficial da Liga não lhe concedeu nenhuma oportunidade clara de golo.

Pareceu cansado e não conseguiu repetir a boa performance que fez para a Taça de Portugal, no Porto, quando eliminou o seu rival. O FC Porto, pelo contrário, apesar dos problemas iniciais (e habituais) com a saída de bola que originaram até assobios dos seus adeptos, fez uma exibição competente na primeira parte e subiu de nível na segunda, não dando hipóteses ao adversário.

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Mas foram a velocidade e a pontaria de Tello que concretizaram o primeiro sucesso do FC Porto de Lopetegui em quatro duelos com os outros grandes. E foi com três lances semelhantes que aconteceu: passe para as costas da defesa, com o avançado a superar a marcação antes de marcar, isolado perante Rui Patrício. O lado esquerdo do sector recuado “leonino” viveu uma noite de pesadelo.

Apesar do resultado final, a equipa de Marco Silva deu ideia de poder disputar o jogo até se ver em desvantagem, aos 31’. Impulsionado pelo pulmão de Adrien Silva conseguiu, ainda que mais na expectativa, criar alguns problemas. Mas a desinspiração de Nani e Carrillo e dois cortes importantes de Alex Sandro resolveram duas ou três situações complicadas para os homens da casa.

Um homem decisivo para a balança virar para o lado portista foi um que talvez não se esperasse que jogasse: Evandro foi o escolhido para a vaga no meio-campo e conseguiu colocar a sua impressão digital no jogo. Aos 16’, foi uma recuperação sua que permitiu a Jackson criar o primeiro grande momento de perigo.

Aos 31’, Herrera teve tudo para marcar ou oferecer o golo, mas complicou. Contudo, no mesmo minuto, Jackson fez uma grande desmarcação de calcanhar para Tello inaugurar o marcador. Pela primeira vez nesta época, o FC Porto liderava o marcador num clássico. Carrillo, após um canto, chutou em boa posição, mas ao lado (38’).

O FC Porto entrou mais forte após o intervalo e, com a quebra do meio-campo e os erros na defesa dos visitantes (apesar do bom jogo de Paulo Oliveira), passou a jogar mais à vontade. Jackson desperdiçou o 2-0 antes de o oferecer a Tello (58’).

O colombiano voltou a estar perto de marcar logo a seguir, antes de Marco Silva tentar alterar o rumo dos acontecimentos com Slimani e Capel a meia hora do fim. Mas foi o FC Porto que voltou a ser perigoso. Tello completou o hat-trick (82’), com assistência de Herrera, e Marcano acertou no ferro.

Agora, o Sporting ainda poderá sonhar com o segundo lugar, mas já tem o Sporting de Braga a morder-lhe os calcanhares.

FIGURA DO JOGO - TELLO

Em Espanha, Tello também é conhecido por “Bala de Cifuentes” e só a última parte da alcunha precisa de explicação – Cifuentes é uma zona de Sabadell, de onde é originário. O extremo sempre foi rápido e foi com as suas características de sprinter que resolveu o jogo. Numa noite de inspiração, dobrou o número de golos que tinha pelo FC Porto. Agora soma cinco no campeonato e um na Liga dos Campeões. Obteve o segundo hat-trick da sua carreira sénior – o outro aconteceu no Barcelona, clube que o emprestou aos “dragões”.

 

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