A cinco jornadas do final do campeonato, o FC Porto está numa situação a que não está acostumado, a de não ter um lugar garantido na Liga dos Campeões da próxima época. O título é, na perspectiva portista, uma remota possibilidade matemática que pode já deixar de existir após esta jornada e o segundo lugar estará sempre dependente dos soluços do Sporting. Resta, portanto, à formação de Luís Castro segurar o terceiro lugar que dará acesso ao play-off de apuramento para a Champions, tendo, no entanto, em atenção que o Estoril está apenas a três pontos, pelo que não pode facilitar hoje na recepção à Académica de Coimbra, que também tem os seus objectivos (não assumidos) europeus.

Nos últimos dez anos, apenas uma vez o FC Porto não conseguiu o apuramento directo para a fase de grupos da Champions, em 2009-10, ficando em terceiro lugar, mas a presença na Liga Europa rendeu dividendos, com o triunfo na final em Dublin frente ao Sp. Braga. Mas esta tem sido uma época atípica para a formação portista, que já leva seis derrotas no campeonato, mais do que nas quatro épocas anteriores juntas, sendo que a primeira foi sofrida frente à Académica, na 11.ª jornada, por 1-0, golo de Fernando Alexandre aos 44’.

Com os esforços divididos entre campeonato e Liga Europa, em que o FC Porto está bem colocado para chegar às meias-finais após vencer o Sevilha na primeira mão, Luís Castro garante que a equipa está focada no campeonato e só depois irá pensar na deslocação à Andaluzia na próxima quinta-feira. “É um jogo muito importante para nós, pois a Académica vem em crescendo no campeonato”, diz o técnico portista, que deixou de fora, por opção, Mangala e Defour, e que continua sem poder contar com Helton e Maicon.

Para a Académica, o Estádio do Dragão é um recinto onde nunca ganhou (11 derrotas e um empate) e são raras as vezes em que conseguiu triunfar na casa portista (apenas cinco vitórias em 67 jogos), mas este jogo surge numa altura em que a formação de Coimbra, que não terá Djavan, Moussa e Cleyton, já está tranquila quanto à manutenção, um sétimo lugar, com 32 pontos. O que não quer dizer, diz Sérgio Conceição, que a Académica vai estar descontraída no Dragão. “Temos algum conforto em termos pontuais, atingimos a nossa meta, mas isso não dá para irmos descontraídos. Descontraídos, nem os meus filhos, a não ser nas férias”, diz o técnico da Académica.

Apesar da proximidade dos lugares europeus, a seis pontos do Nacional, Conceição descarta, para já, esse objectivo: “Liga Europa? Não falamos nisso. Existem clubes mais apetrechados a todos os níveis.”