FC Porto nos quartos-de-final da Champions com espectáculo

Os portistas marcaram quatro golos ao Basileia, dois deles de livre directo, e garantiram facilmente a presença na próxima ronda da Liga dos Campeões.

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Aboubakar, com uma autêntica bomba, fez o 4-0 Francisco Leong/AFP

Se na Suíça o FC Porto não deixou o Basileia existir, desta vez fê-lo desaparecer quase por completo. A equipa de Julen Lopetegui não necessitou do ausente Jackson Martínez (nem de Cristian Tello) para golear o pentacampeão suíço com quatro golos de belo efeito que garantiram a sua maior vitória de sempre após a fase de grupos da Liga dos Campeões. A vaga entre os oito mais fortes da maior prova continental, fase a que não chegava desde 2008-09, foi obtida à vontade.

Face ao empate a um na primeira mão, o conjunto de Basileia começou o jogo no Estádio do Dragão a precisar de marcar, mas foi na sua baliza que os golos se sucederam.Com uma exibição irrepreensível do trio do meio-campo, os portistas deram seguimento ao seu excelente momento, mas não se apuraram para os quartos-de-final sem sofrerem danos colaterais: Danilo sofreu um choque violento com Fabiano, ficou grogue e teve de sair de ambulância directamente para o hospital ainda na primeira parte (o clube informou que não foi detectada nenhuma lesão grave, mas continuará a ser observado); Iván Marcano, por outro lado, já sabe que não poderá actuar na primeira mão da próxima ronda, por acumulação de amarelos — do quinteto que estava em risco, foi o único que foi admoestado.

Para o FC Porto, que confirmou estar uns níveis acima do adversário desta terça-feira, esta é apenas a terceira vez que atinge invicto os quartos-de-final de uma prova europeia. As outras duas ocasiões também aconteceram na Liga dos Campeões, em 1990-91 e 1996-97. Os quatro golos sem resposta asseguraram-lhe também o triunfo mais folgado após a fase de grupos da competição, superando os 3-0 da final de Gelsenkirchen, frente ao Mónaco. E iguala as vitórias conseguidas na mesma fase contra Dínamo Bucareste (1990-91) e Sion (1992-93), numa altura em que a prova não tinha o mesmo formato.

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O FC Porto respondeu na mesma moeda ao Basileia. Se na Suíça os locais tinham marcado na primeira vez que remataram — e única também —, no Porto, Brahimi inaugurou o marcador na primeira tentativa do encontro, numa livre directo superiormente marcado, aos 14’. O franco-argelino esteve inspirado e activo, dando problemas constantes ao lateral-direito Taulant Xhaka. É o único na Liga dos Campeões desta temporada — fase regular para a frente — com pelo menos dois golos de livre directo, mas na realidade já soma três, pois marcou igualmente dessa forma no play-off com o Lille. Mas se Brahimi, que ainda assistiu Herrera no segundo golo, foi a faísca que lançou a equipa para uma grande exibição, Casemiro, Herrera e Evandro foram o combustível que alimentou o fogo.

Passou em grande parte pela qualidade na recuperação e na construção — até Casemiro, algumas vezes — dos três médios que sustentou o controlo portista do ritmo da partida. O Basileia, por seu turno, mostrou talvez um pouco mais de atrevimento que em casa, mas praticamente a mesma incapacidade para incomodar a defesa adversária. Precisou de duas horas de jogo para fazer o segundo remate na eliminatória e de mais alguns para ter o segundo perigoso (Gashi, melhor marcador da Liga helvética, andou perto do empate aos 44’, aproveitando o trabalho de Streller a incomodar os centrais).

Nessa altura, já Danilo se tinha magoado e provocado um grande susto, com o jogo a estar interrompido cerca de cinco minutos. Lopetegui resolveu colocar Indi a defesa-esquerdo e passar Alex Sandro para a direita para não mexer na dupla Maicon-Marcano.

Depois do golo inicial, os “dragões” desperdiçaram mais três boas ocasiões até ao intervalo, mas aumentaram a vantagem rapidamente após o descanso, com um remate bem colocado de Herrera, à entrada da área. O 3-0 não tardou, com Casemiro a imitar Brahimi com um livre directo irrepreensível, mas mais longínquo (56’).

Com o duelo a pender claramente para o lado português, o médio-centro Zuffi, servido por Gashi, teve nos pés a melhor oportunidade dos visitantes, mas o seu pontapé foi bem defendido por Fabiano.

Depois, foi Aboubakar a voltar a contribuir para o resultado, tal como em Braga, mas, desta vez, a ser o próprio camaronês a marcar, com uma “bomba” à entrada da área (76’).

O capitão Streller apelidara o eventual apuramento do Basileia como “a maior conquista da história do clube”, mas a sua equipa nunca esteve perto de repetir a presença de 1974 nos últimos oito da prova.

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