FC Porto 1996-97, a referência no campeonato a três pontos

"Dragões" conservam os melhores registos das primeiras voltas disputadas desde 1995.

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O surpreendente empate do Boavista no Estádio da Luz, no passado sábado, impediu o Benfica de completar a sua melhor primeira volta desde que o campeonato é disputado à razão de três pontos por vitória. Com um domínio esmagador do FC Porto no momento de viragem da prova, os “encarnados” continuam a apresentar como registo mais bem-sucedido, neste período, as 15 primeiras jornadas de 2010-11, com 80% de vitórias.

Contas feitas, o Benfica conclui a primeira metade da Liga 2016-17 com 42 pontos em 51 possíveis, fruto de 13 vitórias, três empates e uma derrota. Um pecúlio que corresponde a 76% de triunfos (que seriam 82% em caso de vitória sobre os “axadrezados”), a segunda melhor performance do clube desde 1995-96, a temporada em que o campeonato passou a ser medido a três pontos por vitória, em vez de dois.

Na verdade, nesta janela temporal de 22 épocas, só por quatro vezes as “águias” fecharam este ciclo intermédio no primeiro lugar, surgindo a performance de 2011-12, com Jorge Jesus a assumir o cargo de treinador, como a mais proveitosa: 12 triunfos em 15 jogos (de 2006-07 a 2013-14 a competição foi disputada em 30 jornadas em vez das actuais 34), totalizando 80% de partidas ganhas. Ainda com o actual técnico do Sporting ao leme, o Benfica baixaria essa percentagem para 73 em 2013-14, voltando a cair no ano seguinte: 71.

De resto, a trajectória positiva dos “encarnados” neste campeonato continua, porém, muito distante das melhores prestações registadas desde que o triunfo vale três pontos. À cabeça, no topo da lista, surge o FC Porto de 1996-97. Nessa época, os “dragões”, orientados por António Oliveira e com Mário Jardel no seu ano de estreia em Portugal, foram praticamente imparáveis, “dobrando” o campeonato com nada menos do que 88% de vitórias (15 em 17 jogos) e 47 pontos somados, o máximo registado desde então.

A dose repetir-se-ia uma década depois, com 87% de triunfos (13 em 15 partidas) sob o comando de Jesualdo Ferreira, num currículo “azul e branco” repleto de números autoritários. Nestas 22 épocas, o FC Porto cumpriu a primeira volta na liderança em 13 ocasiões, oito das quais na casa dos 80% de vitórias, com outro registo de 87% em 2010-11, cortesia de André Villas-Boas.

José Peseiro no registo mais baixo

Por esta altura, na temporada passada, era o Sporting quem ditava a lei, com 44 pontos, naquela que foi a terceira vez, desde 1995, em que chegou a meio da corrida no topo da tabela. Antes, tinha gozado do estatuto com a mais baixa percentagem de jogos ganhos neste período, apenas 53% (nove triunfos em 17 rondas) em 2004-05, debaixo das ordens de José Peseiro e em igualdade quase absoluta com o Benfica.

Aos três “grandes” juntam-se dois outros “intrusos” nesta contabilidade: o Sp. Braga, em 2009-10, e o Boavista, em 2000-01, época em que os “axadrezados” acabariam por conquistar pela primeira vez — e única até à data — o título nacional. Os portuenses contabilizavam, então, 38 pontos em 17 jornadas, ao passo que os minhotos apresentavam 36 amealhados ao longo de 15 partidas.

Um total, ainda assim, superior ao registado por FC Porto (2008-09) e Sporting (2004-05) nas temporadas com menor pontuação neste virar de página da Liga: 31 pontos, com a diferença de os “dragões” terem cumprido menos dois jogos.     

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