Euro 2016 será para quase todos e há quem esteja a agarrar a oportunidade

Aumento de vagas no Europeu oferece facilidades e há que aproveite. Islândia, País de Gales, Eslováquia e Áustria são as surpresas do apuramento

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Gareth Bale é a principal figura do País de Gales John Sibley/Reuters

As portas do próximo Campeonato Europeu ficaram escancaradas com o alargamento de 16 para 24 equipas. As contas são bastante simples de fazer: para garantir uma vaga no torneio organizado pela França é preciso terminar em primeiro ou segundo lugar num dos nove grupos de apuramento. O melhor terceiro classificado também se qualifica, e as restantes oito selecções a terminar esse posto defrontam-se numa eliminatória para atribuir as restantes quatro vagas. É quase mais complicado ficar de fora do que conseguir o apuramento. Mesmo assim, algumas das principais selecções europeias estão a sentir mais dificuldades do que seria de prever para juntar-se à anfitriã França. E, por outro lado, preparam-se algumas surpresas e estreias em fases finais.

Duas das sensações desta fase de apuramento entram hoje em campo e podem ficar um passo mais perto do Euro 2016. No Grupo A, a Islândia vai à Holanda (sobre quem tem cinco pontos de vantagem e a quem derrotou, há sensivelmente um ano, com um “bis” de Gylfi Sigurdsson) para defender a liderança. E, no Grupo B, o País de Gales procura manter diante da selecção de Chipre a invencibilidade nesta qualificação (quatro vitórias e dois empates num agrupamento que inclui Bélgica e Bósnia-Herzegovina, duas equipas que estiveram no Mundial 2014). Os galeses recebem depois Israel, no domingo, e poderão entrar na próxima semana com o apuramento para o Euro 2016 nas mãos. “Tenho muita confiança neste grupo. Estou por dentro e sei quão bons eles são. Não tenho de lembrá-los que ainda não conseguimos nada. Eles sabem-no, e também sabem que ainda há grandes exibições para fazer”, sublinhou Chris Coleman, que desde 2012 orienta a selecção do País de Gales.

O Europeu do próximo ano poderá ser apenas a segunda participação da selecção galesa numa fase final de uma grande competição – foi derrotada nos quartos-de-final do Mundial 1958 pelo futuro campeão Brasil, com um golo de um jovem de 17 anos chamado Pelé. O País de Gales chegou aos quartos-de-final na qualificação para o Euro 1976, quando o formato do torneio era diferente e a fase final era disputada por apenas quatro equipas, para além de terem caído no play-off para o Euro 2004 diante da Rússia.

No outro grupo em acção hoje, o H, a Itália não deverá sentir dificuldades em garantir um dos dois lugares de apuramento directo para o Euro 2016, apesar de ter dois pontos de atraso em relação à Croácia (que podem passar para apenas um, se o castigo da UEFA aos croatas por racismo for confirmado). A equipa de Antonio Conte recebe Malta e a Bulgária nesta jornada dupla.

Restam apenas duas selecções com registo 100% vitorioso na qualificação. Se não surpreende ver a Inglaterra nesta posição no Grupo E, apesar dos sobressaltos em anos recentes (falhou o apuramento para o Euro 2008 e foi afastada no Mundial 2014 com um empate e duas derrotas), o outro nome merece destaque: a Eslováquia lidera o Grupo C com vitórias em todos os jogos, o que é um feito tendo em conta que entre os adversários estão a campeã europeia em título Espanha e a Ucrânia. Com cinco triunfos e um empate no Grupo G (que integra Suécia e Rússia), a Áustria também merece o estatuto de equipa-sensação.

No extremo oposto, a maior desilusão do apuramento europeu é a Grécia, campeã continental em 2004. O percurso da selecção helénica está a ser desastroso (dois empates e quatro derrotas, apenas dois golos marcados) e ocupa o último lugar no Grupo F. Depois de Claudio Ranieri e Sergio Markarián, Kostas Tsanas assumiu o comando interino para tentar o milagre.

Apesar de a situação não ser comparável, a campeã mundial Alemanha teve um início de qualificação desconfortável, com quatro pontos em três jogos. Mas depois somou três triunfos e é segunda, atrás da selecção polaca. Amanhã defrontam-se, em Frankfurt, com a liderança do Grupo D em causa. “Após termos estado durante mais de um ano abaixo do nosso nível de campeões do mundo, estamos numa situação difícil. Os próximos jogos são decisivos”, admitiu Joachim Löw.

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