O Estugarda e o Friburgo, os dois actuais últimos classificados da Bundesliga, estão referenciados como tendo recorrido a substâncias dopantes durante os anos 1970 e 1980. De acordo com um comunicado da comissão que está a investigar as alegações de doping relacionadas com a Universidade de Friburgo, existem provas de que jogadores das duas equipas utilizaram esteróides anabolizantes, bem como o uso sistemático das mesmas substâncias no ciclismo germânico.

“De acordo com novas provas, podemos demonstrar, pela primeira vez, o uso de esteróides anabolizantes no futebol alemão. Os clubes envolvidos durante o final dos anos 1970 e princípio dos anos 1980 são, em maior dimensão, o Estugarda, e, em menor escala, o Friburgo”, diz o comunicado. Estugarda e Friburgo têm ainda em comum o facto de terem sido dois dos clubes representados pelo actual seleccionador alemão Joachim Löw enquanto jogador - no Friburgo nos períodos 1978-80, 1982-84 e 1985-89, e no Estugarda em 1981-82.

O hospital universitário de Friburgo há muito que tem sido envolvido em escândalos de doping, através de Armin Klumper, seu antigo director do departamento de medicina desportiva. Entre os pacientes de Klumper, que actualmente reside na África do Sul, estava Birgit Dressler, uma atleta do heptatlo, que morreu com 26 anos, vítima de abuso de esteróides. A universidade de Friburgo também está ligada ao escândalo de doping que afectou a equipa de ciclismo da Deutsche Telekom nos anos 1990.

O Estugarda, que foi campeão da RFA em 1984 e segundo em 1979, não comenta, para já esta notícia, alegando que não conhece o relatório. “Por essa razão, o Estugarda não pode dizer se estas alegações são, ou não, correctas. A investigação desta comissão abrange um passado que já foi há muitas décadas e é difícil para nós avaliar incidentes envolvendo médicos externos [ao clube]. É importante referir que o professor Klumper nunca foi médico do Estugarda”, esclareceu o clube. Do Friburgo, que andava pela segunda divisão alemã no período em causa, não houve ainda qualquer reacção.

O mesmo comunicado aponta para o envolvimento da universidade num programa de dopagem, em conjunto com a federação alemã de ciclismo entre 1975 e 1980, e aponta para a administração de substâncias dopantes a atletas menores de idade.