Djokovic e Murray numa final nascida em 1987

O sérvio procura o quinto título na Austrália; o escocês quer triunfar pela primeira vez.

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Djokovic festeja o seu triunfo sobre Wawrinka Issei Kato/Reuters

Novak Djokovic, tetracampeão do Open da Austrália, e Andy Murray, três vezes finalista em Melbourne, discutem domingo (8h30 em Portugal) o primeiro grande título da época. Os dois conhecem-se há muito tempo e já se defrontam no circuito desde 2006, mas o sérvio de 27 anos nunca perdeu uma final neste Open – onde conquistou o seu primeiro major, em 2008 – e Murray perdeu os quatro duelos realizados desde que venceu a final de Wimbledon, no Verão de 2013.

“Pode servir como um ligeiro ascendente, mas não muito”, referiu Djokovic. “Conhecemo-nos desde os 11, 12 anos; há só uma semana de diferença entre nós. Temos um tipo de jogo e um papel no ténis profissional semelhantes. Ele tem mostrado um grande ténis nas duas últimas semanas. Do meu lado, se eu quiser ganhar vai ser necessário exibir-me ao melhor nível e jogar o melhor encontro do torneio”, frisou o líder do ranking, ciente da má exibição diante de Stan Wawrinka (4.º ATP), embora suficiente para vencer, por 7-6 (7/1), 3-6, 6-4, 4-6 e 6-0.

Ao contrário dos épicos embates nos anos anteriores – 12-10 em 2013 e 9-7 no ano passado, ambos no quinto set –, este soube a pouco. Djokovic, foi o menos mau, ao assumir 49 dos 118 erros não forçados produzidos. E assinou somente 27 winners, espalhados por quatro sets, já que, na quarta partida, quando se esperava que fechasse o encontro, ficou a zeros nesse departamento.

Wawrinka não disparou tantos winners de esquerda, com que costumava desequilibrar as trocas de bola do fundo do court, nem o sérvio mostrou todas as suas qualidades defensivas e de contra-ataque. E no serviço, Djokovic, que só tinha perdido uma vez o serviço nos cincos encontros anteriores, cedeu cinco breaks. E até os juízes de linha estiveram em noite não, ao verem oito decisões serem corrigidas pelo sistema electrónico Hawk-Eye.

“Em termos de luta de ambos os lados, não houve diferença dos anos anteriores”, salientou Djokovic, antes de reconhecer: “Não joguei o nível que pretendia. Houve fases do encontro onde entrei e fiz o jogo que precisava, mas houve outras onde joguei demasiado defensivo e permiti que ele ditasse os pontos da linha de fundo.”

A definição do encontro de Wawrinka foi mais sucinta: “Estranho.” Ao entrar na Rod Laver Arena, o suíço já sabia que não tinha energias para uma longa batalha, como as dos anos anteriores e “culpou” o longo 2014. “Estou fisicamente bem e, em geral, a jogar bem. Foi mentalmente que penso estar a pagar o preço de terminar a época com a Taça Davis, não ter tido um maior período de descanso e tentar começar bem o ano, vencendo em Chennai e chegar aqui para dar o meu melhor. Disse ao meu treinador antes do encontro (e já ontem) que estava mentalmente completamente morto e sem pilhas. Foi difícil focar-me no que queria fazer, no meu jogo”, explicou Wawrinka.

Para já, Djokovic iguala Roger Federer e Stefan Edberg com cinco presenças em finais em Melbourne e chega ao derradeiro dia após somar a nona vitória consecutiva sobre adversários do "top-10".

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