Ao contrário da história recente, a salvação chegou nos descontos

Benfica entrou no período de compensação a perder com o Gil Vicente, mas os golos de Markovic e Lima, já depois da hora, evitaram uma segunda derrota no campeonato.

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Benfica evitou escorregadela nos instantes finais da partida Hugo Correia/Reuters

Depois de um início turbulento no campeonato, com uma exibição pobre que redundou em derrota (1-2) frente ao Marítimo, o Benfica entrou em campo para defrontar o Gil Vicente com os ombros carregados de pressão. E chegou a haver alerta de tempestade no Estádio da Luz: a equipa de Jorge Jesus perdia aos 90’, e a possibilidade de chegar à terceira jornada sem pontos parecia bastante real.

Só que, desta vez, o período de compensação trouxe a salvação para o Benfica. Os golos de Markovic e Lima fizeram a reviravolta no marcador (2-1) e contrariaram a história recente dos “encarnados” depois da hora – o golo de Kelvin que derrotou o Benfica na penúltima jornada e colocou o FC Porto na liderança no campeonato passado, e o golo de Ivanovic que abateu o Benfica na final da Liga Europa.

Contestado durante toda a semana, Jorge Jesus viu a sua estrela brilhar (e apagar a de João de Deus, para quem quiser ver um significado teológico neste episódio).

O treinador do Benfica fez duas alterações na equipa inicial em relação à derrota no Funchal: Ruben Amorim e Djuricic deram lugar a Salvio e Rodrigo. Com o espanhol e Lima no centro do ataque, apoiados por Salvio e Gaitán, os “encarnados” conseguiram uma produção ofensiva abundante mas cujo aproveitamento foi muito escasso – os dedos das mãos não chegam para contar as oportunidades desperdiçadas.

Gaitán foi o protagonista da oportunidade mais flagrante no primeiro tempo: de livre, o argentino acertou no poste direito da baliza do Gil Vicente (27’). Salvio também viu um remate seu roçar o poste, aos 41’. Lima não fugiu à regra e também não conseguiu aproveitar as ocasiões de golo de que dispôs, com destaque para um remate de primeira, aos 44’, que saiu por cima.

O único sinal de vida que o Gil Vicente deu no primeiro tempo foi um contra-ataque que culminou num remate de longe, para as mãos de Artur (38’).

O desperdício “encarnado” manteve-se na segunda parte. Rodrigo recebeu à entrada da área e rematou para a bancada (56’). De cabeça, Luisão atirou ao lado e Rodrigo enviou a bola centímetros acima da trave. Era uma daquelas tardes...

E as coisas só pioraram para os benfiquistas com o golo do Gil Vicente, que nasceu de um erro crasso de Maxi Pereira. O uruguaio deixou a bola à mercê de Diogo Viana, que isolado não teve problemas em bater Artur.

As nuvens negras adensavam-se. A perspectiva de chegar à terceira jornada, que reserva um derby frente ao Sporting, sem quaisquer pontos, deixava as bancadas com os nervos à flor da pele.

Mas Jorge Jesus recorreu ao banco de suplentes para evitar a desgraça. O técnico colocou em campo os sérvios (Markovic, Djuricic e Sulejmani) e a aposta não podia ter corrido melhor.

Os três estiveram nos golos que deram a vitória ao Benfica: Djuricic fez o passe para Markovic no golo do empate (90’+2’) e Sulejmani assistiu Lima no lance que deu a vitória (90’+3’). No Estádio da Luz respirou-se de alívio e fez-se a festa.

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