Cristiano Ronaldo já é grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique

Presidente da República distinguiu o internacional português no Palácio de Belém.

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Cristiano Ronaldo com a condecoração presidencial ao peito Nuno Ferreira Santos
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Cristiano Ronaldo igualou Pauleta na lista de melhor goleador da selecção Rafael Marchante/Reuters
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Crsitiano Ronaldo exibe a condecoração, no Palácio de Belém Nuno Ferreira Santos
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Cristiano Ronaldo e Cavaco Silva Nuno Ferreira Santos
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Cavaco Silva momentos antes de impor a condecoração a Cristiano Ronaldo Rafael Marchante/Reuters

Mais gente do que quando veio Barack Obama, dizia-se no Palácio de Belém. Falava-se em mais de 200 jornalistas acreditados para a condecoração de Cristiano Ronaldo – 218 era o número avançado pelos serviços da Presidência da República. Portugueses, claro, mas também espanhóis. Às portas do palácio, também muita gente a ver, com cartazes, bandeiras e cachecóis. Todos na esperança de ver (relativamente) de perto o melhor jogador do mundo. Não viram. Não era dia de aclamação popular. Uma semana depois de ter recebido a Bola de Ouro em Zurique, Ronaldo teve uma passagem curta por Lisboa para receber das mãos do Presidente da República o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, por “serviços relevantes a Portugal”.

Foi uma passagem necessariamente curta a de Cristiano Ronaldo por Lisboa e pelo Palácio de Belém. De manhã, esteve no centro de treinos do Real Madrid em Valdedebas a treinar sozinho, depois, viajou de Madrid para Lisboa no avião particular de Florentino Perez, presidente “merengue” que o acompanhou durante toda a cerimónia. Um pouco antes das 15h, o futebolista chegou a Belém, às 15h03 cumprimentava Aníbal Cavaco Silva e às 15h32 já tinha ao pescoço a condecoração entregue pelo Chefe de Estado português, que também viu de perto a Bola de Ouro que Ronaldo recebera de Pelé uma semana antes.

 “Um cidadão português conhecido no mundo inteiro como nenhum outro” foi como Cavaco Silva apresentou Cristiano Ronaldo. “Uma presença simultânea em todos os continentes” que o próprio Presidente da República testemunhou nas suas visitas oficiais ao estrangeiro. “Quantos não foram os chefes de Estado, os primeiros-ministros, os ministros e outras personalidades que me perguntaram pelo Ronaldo”, revelou Cavaco Silva, reconhecendo o papel do capitão da selecção portuguesa como um “embaixador de Portugal”.

A dimensão internacional de Ronaldo não foi o único aspecto a que Cavaco Silva se referiu. O Presidente da República também destacou a sua presença como um símbolo para os seus compatriotas. “Traz alegria a milhões de pessoas. Quando entra em campo, tem a seu lado dez milhões de portugueses. Ronaldo tem o condão de unir os portugueses, num tempo em que Portugal tanto precisa da união dos portugueses. As vitórias de Ronaldo são as vitórias da coragem de acreditar quando Portugal precisa de exemplos da coragem de acreditar”, destacou o Chefe de Estado português.

Menos emocionado do que na cerimónia de entrega da Bola de Ouro, até porque a sua família, ao contrário do que estava previsto, não estava em Belém para se emocionar com ele, Ronaldo declarou-se orgulhoso “por receber este prémio”. “Dá-me motivação para trabalhar mais e melhor. É um momento especial para mim e para todos os portugueses, e espero continuar a minha caminhada até ao fim da carreira”, disse o futebolista na pequena intervenção que fez depois de receber a condecoração.

Alguns minutos depois, ainda respondeu a algumas perguntas, mas o tom foi o mesmo: orgulho e ambição. “Uma honra e um privilégio. Dá-me mais determinação. Sei que ainda tenho mais uns anos na minha carreira e quero ganhar mais coisas”, disse Ronaldo. Se vai estar de volta em Julho ao Palácio de Belém com o troféu de campeão do mundo de futebol? “Era um sonho, melhor do que todos os troféus que ganhei. É o que mais ambiciono. É difícil, mas tudo é possível. É o que queremos”, observou.

A lista de convidados incluía 33 nomes. Alguns, como o filho, a mãe e as irmãs de Cristiano Ronaldo não chegaram a estar em Belém. Jorge Mendes, o empresário, não faltou, e bem representados estavam o Real Madrid, com Florentino Pérez, Emílio Butragueño (director de relações externas) e Angel Sanchez (director-geral), a Federação Portuguesa de Futebol, com Fernando Gomes, Paulo Bento, João Vieira Pinto e Humberto Coelho, e o Sporting, com o presidente Bruno de Carvalho, o técnico Leonardo Jardim, Augusto Inácio, Aurélio Pereira e Virgílio. Mais uma vez, Bruno de Carvalho reafirmou a vontade de receber Ronaldo de volta a Alvalade, atirando, com um sorriso, que já estava tudo tratado com o presidente do Real Madrid: "Estivemos a conversar e já está quase tudo combinado. Combinámos e a conclusão do negócio vai ser em Madrid. Depois anunciamos.”

Às 16h, já tudo estava terminado. Os convidados iam saindo e o próprio Cristiano Ronaldo também parecia estar com pressa. Cá fora, onde estavam os carros, Ronaldo ainda parou por alguns segundos para mais umas palavras aos jornalistas, mas foi supersónico. “Estão a chamar-me, tenho de me ir embora.” Foi apanhar avião que o iria levar de volta a Madrid. Profissional acima de tudo. Esta terça-feira é dia de jogo, em Barcelona, frente ao Espanyol, a contar para a Taça do Rei. Ronaldo, claro, foi convocado.

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