Cristiano Ronaldo admite: “É uma tarefa quase impossível”

Atacante do Real Madrid considera “uma ilusão” pensar que Portugal pudesse ganhar o Mundial do Brasil.

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Reuters

“Sabemos que matematicamente é possível, mas é uma tarefa quase impossível”, admitiu na noite deste domingo (madrugada em Portugal) Cristiano Ronaldo, no rescaldo do empate frente aos EUA (2-2) que deixou praticamente a selecção nacional de fora do Mundial do Brasil.

Apesar de tudo, a estrela do Real Madrid não apaga todas as luzes, dizendo que “no futebol tudo pode acontecer”, referindo-se à conjugação de resultados necessários para a equipa seguir para os oitavos-de-final: “Vamos ver o que acontece no último jogo [com o Gana, na próxima quinta-feira, em Brasília].

“Tentámos dar o nosso melhor e obviamente que queríamos ganhar, mas não conseguimos”, resumiu Ronaldo, falando da partida com os americanos, em que o conjunto português começou praticamente a vencer, mas deixou-se surpreender na segunda metade, acabando por alcançar o empate já no último suspiro do encontro: “Não sei o que falhou”.

O atacante também não quis adiantar muito sobre a deficiente forma física com que Portugal se apresentou no torneio brasileiro. “Não sou a pessoa adequada para falar da condição física da selecção, até porque não tenho muita moral para isso, uma vez que também não tenho estado da maneira que esperava”, referiu, recusando justificar as suas exibições menos conseguidas com as lesões que o afectaram antes da competição.

“Não me quero estar a justificar com os meus problemas físicos, acho que isso já está ultrapassado. Estou aqui e tento dar a cara e o meu melhor. Sobre aquilo que eu tenho, não vale a pena estar a adiantar mais porque todos os dias sai nos jornais mais uma notícia sobre o assunto. Estou aqui de corpo e alma para ajudar a selecção”, garantiu.

Para Ronaldo, os maus resultados da equipa nos dois jogos disputados podem ser justificados por variados factores. “Obviamente que foi uma época longa, mas todas as equipas que estão aqui também tiveram jogadores que disputaram a Liga dos Campeões, taças e ligas nacionais. É uma desculpa que todos os outros poderiam também ter. Queríamos dar o nosso melhor, mas não conseguimos. Não acho que tenha havido falta de atitude dos nossos jogadores porque perdemos um jogo [com a Alemanha, por 4-0]. Todas as equipas estão aqui para ganhar”, salientou.

Já sobre as possibilidades de Portugal poder ter vindo ao Brasil para discutir o título, CR7 é seco e directo na sua avaliação. “Sabíamos que não eramos os favoritos, nunca fomos. Fomos novamente a um play-off com a Suécia e foi o que foi. Pensar que Portugal podia ser campeão do mundo era uma ilusão, na minha opinião. Tudo é possível no futebol, mas as outras equipas, se calhar, têm melhor equipa que a nossa e até merecem mais do que nós”, concluiu.

Nani: “Estamos desiludidos”
Um pouco antes, Nani, autor do primeiro golo português da partida deste domingo, logo aos 5’, não escondeu a sua desilusão e a dos seus companheiros pelo desfecho. “Estávamos muito motivados e confiantes para este jogo”, explicou, considerando “muito difícil” a equipa ainda vir a apurar-se para a segunda fase da competição: “Não dependemos só de nós, os EUA têm de perder e nós temos de marcar muitos golos [frente ao Gana]. Mas, é claro, que temos de continuar a acreditar e dar o nosso melhor. Somos profissionais e queremos deixar uma boa imagem do nosso país.”

O extremo do Manchester United assumiu, por outro lado, que a condição física de muitos dos seus colegas não foi a melhor, ilustrando com as lesões que têm afectado o plantel, a última das quais de Hélder Postiga, que abandonou o jogo logo aos 15’, juntando-se a uma lista onde já constam Rui Patrício, Hugo Almeida e Fábio Coentrão. “Ele [Postiga] treinou muito bem e esteve em excelentes condições físicas durante toda a semana, mas infelizmente lesionou-se. Não sei o que aconteceu.”

Para Nani, a selecção portuguesa, apesar de todas as dificuldades, apresentou qualidade em alguns momentos da partida com os EUA: “Tivemos excelentes momentos de futebol, com bolas no poste, remates e contra-ataques perigosos e corremos, mas jogar neste clima não é fácil, não estamos habituados. Não é desculpa, mas é sempre complicado.”

Já Silvestre Varela, que apontou o segundo golo de Portugal no Arena da Amazónia nos instantes finais, quer continuar a acreditar no apuramento para a fase de eliminatórias, “enquanto for matematicamente possível”: “É uma tarefa bastante difícil, mas vamos fazer o nosso melhor.” O jogador do FC Porto confessou que o empate foi um resultado negativo e lamentou especialmente o segundo golo americano.

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