Arte de Brahimi e Casillas salvam o FC Porto

O argelino marcou o único golo da vitória dos “dragões” frente ao Tondela, enquanto o guarda-redes defendeu um penálti aos 82 minutos.

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Maxi Pereira num duelo individual Catarina Morais/AFP
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Iker Casillas no final do jogo Catarina Morais/AFP
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Aboubakar numa entrada acrobática Catarina Morais/AFP

Vilão contra o Dínamo Kiev, Iker Casillas demorou quatro dias para redimir-se. O guarda-redes espanhol defendeu um penálti contra o Tondela, a oito minutos do fim, evitando um segundo deslize consecutivo do FC Porto que, apesar de ter merecido a vitória em Aveiro (1-0), voltou a realizar uma exibição muito pouco convincente. Um grande golo de Brahimi salvou a noite a Julen Lopetegui.

Depois da primeira ida ao tapete do FC Porto nesta época, quem esperava que Lopetegui deixasse de ser Lopetegui enganou-se. Como tantas vezes aconteceu no primeiro ano de “dragão” ao peito, o treinador respondeu às críticas e aos desaires com criatividade. Contestado pelas suas opções contra o Dínamo Kiev, o espanhol não jogou pelo seguro. Após abdicar de Imbula e Corona na convocatória, Lopetegui inovou e, em Aveiro, surpreendeu lançando no “onze” Herrera e Bueno, apresentando o sétimo desenho de meio-campo nos últimos sete jogos.

Com a entrada do mexicano (já não era titular há dois meses) e do espanhol (tinha actuado apenas 31 minutos no campeonato), André André vestiu o fato de Champions e jogou sobre a direita. Na teoria, os “azuis e brancos” surgiam mais ofensivos, com Bueno no apoio a Aboubakar, mas o que se viu na prática foi o mesmo FC Porto de outros jogos: previsível, apático e lento.

A segurar a incómoda “lanterna vermelha” e longe de Tondela, Rui Bento jogou com as poucas armas que tem: montou a sua equipa em 4x5x1, apostando no povoamento do meio-campo, e equilibrou o braço-de-ferro com Lopetegui, mas a qualidade da matéria-prima à disposição do espanhol fez a diferença.

Candidato a um dos mais soporíferos da prova até agora, o filme do jogo resume-se em meia-dúzia de actos. Com a crónica infrutífera posse de bola, o FC Porto não incomodou Cláudio Ramos nos primeiros 27 minutos, mas aos 28’ a arte de Brahimi resolveu o jogo: o argelino recebeu a bola sobre a direita, fintou um rival e, com classe, colocou a bola em arco no canto superior direito da baliza. Na primeira oportunidade, os portistas chegavam à vantagem.

O golo nada mudou no jogo. O Tondela manteve a estratégia defensiva, Lopetegui continuou muito nervoso — seria expulso aos 35’ — e apenas sobre o intervalo a monotonia foi quebrada, com boas oportunidades para André André e Aboubakar.

Na segunda parte foi mais do mesmo e assistiu-se a um longo arrastar dos minutos rumo ao inevitável: a justa, mas pálida, vitória do FC Porto. Apesar de o Tondela se mostrar sempre inócuo ofensivamente, os  “dragões”, que apenas num par de ocasiões estiveram perto do golo da tranquilidade, colocaram-se sempre a jeito de uma surpresa. E ela podia ter surgido aos 82’: Manuel Mota considerou que Maicon derrubou Murillo, assinalou penálti, mas Salva Chamorro tremeu perante Casillas e o espanhol salvou Lopetegui. 

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