Soares Franco apadrinhou nesta segunda-feira à noite um jantar entre Carlos Barbosa da Cruz e Dias Ferreira, procurando encontrar uma plataforma de entendimento entre os dois potenciais candidatos à presidência do clube, posicionados na esfera do poder em Alvalade.

Evitar a dispersão de apoios e votos por duas listas que se autoproclamam de continuidade da actual gestão foi o objectivo do presidente leonino, que esteve acompanhado pelos restantes líderes dos órgãos sociais sportinguistas. Em cima da mesa estaria um convite para Dias Ferreira integrar as listas de Carlos Cruz. Esta semana, tudo será decidido.

“Na negativa do dr. Soares Franco, eu consideraria avançar. É isso que estou a considerar. Com muito gosto e convicção de que não há mais soluções”, garantiu hoje Dias Ferreira à Agência Lusa, admitindo que ainda não tomou a decisão final. Horas antes, em declarações à Rádio Renascença, fora mais longe: “Sinto apoio à minha volta de adeptos e sócios do Sporting, os quais não posso ignorar. Não vejo grande alternativa a candidatar-me”, referiu, reiterando que pretende dar continuidade à actual gestão.

Também esta semana, possivelmente amanhã ou quarta-feira, Carlos Cruz anunciará definitivamente se será ou não candidato. “Estou neste momento em contactos com diversas sensibilidades e personalidades. O Sporting é uma realidade muito complexa e estou a cumprir o timing que fixei a mim próprio para decidir se avanço ou não”, referiu hoje ao PÚBLICO. “É importante congregar apoios à volta deste projecto, porque, mais do que uma eleição, está em causa a criação de condições que permitam ao Sporting ter uma melhor organização empresarial, saúde financeira e competitividade”, salientou o advogado e administrador do grupo Cofina.

Membro da actual direcção, Carlos Barbosa da Cruz reúne as condições consideradas indispensáveis pelos seus pares, como referiu ao PÚBLICO Menezes Rodrigues, vice-presidente sportinguista: “Dias Ferreira é muito bem-vindo na partilha da responsabilidade na gestão do clube. Não me iria opor a que viesse a integrar os órgãos sociais. Mas defendo que uma candidatura de continuidade tem de ser encabeçada por um elemento da actual direcção.”