O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, garantiu nesta sexta-feira, na cerimónia de lançamento da primeira pedra do Pavilhão João Rocha, que o recinto estará pronto em Dezembro de 2016, “Doyen a quem doer”.

“Já ouvimos um pouco de tudo, que este pavilhão não passará desta pedra. Chego a ouvir que o tribunal e a Doyen vão ser o fim do projecto. Aqui, tomando a responsabilidade, digo: Doyen a quem doer, a obra estará pronta em Dezembro de 2016”, disse o dirigente.

Além da empresa detentora de fundos de investimento em jogadores, com a qual o Sporting está em litígio, após ter rescindido os contratos relativos aos futebolistas Marcos Rojo e Zakaria Labyad, o presidente do Sporting também não esqueceu os rivais, que, disse, “tremem todos os dias”.

No lançamento da primeira pedra do pavilhão, que ficará situado nos terrenos do antigo Estádio José Alvalade, Bruno de Carvalho mostrou-se esperançado em comemorar muitos títulos no futuro espaço, mas também num recinto já existente.

“Vamos comemorar, mais cedo do que muitos pensam, títulos naquele estádio, que é o nosso”, afirmou o presidente, que hoje comemora dois anos de mandato.

Bruno de Carvalho lembrou que o pavilhão, cuja construção deverá arrancar em Junho, foi um objectivo, nunca concretizado, de outras direcções.

“O pavilhão foi uma bandeira de que as anteriores direcções iam falando, mas nunca vi nada de concreto”, afirmou, lembrando que João Rocha, líder do clube entre 1973 e 1986, foi o presidente como o qual cresceu e aprendeu a força do Sporting.

Perante centenas de adeptos que assistiram à cerimónia, Bruno de Carvalho reiterou a ideia de que em todas as modalidades o objectivo do Sporting é sempre “ser campeão”.

Numa cerimónia simbólica, além da primeira pedra, foi enterrada uma cápsula do tempo, que contém, entre outros objectos, o jornal do Sporting que noticia a assembleia-geral na qual foi aprovada a construção do pavilhão e livros sobre o guarda-redes Vítor Damas e o avançado José Travassos, antigos futebolistas do clube.

O pavilhão João Rocha vai poder acolher competições de andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, e custará cerca de 9,65 milhões de euros, verba que está ser angariada pelo clube através da "Missão Pavilhão".

Na cerimónia, que contou com a presença da filha e de um neto de João Rocha, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, destacou o ecletismo do Sporting e lembrou os sucessos vividos na extinta Nave de Alvalade.

“O Sporting, que é muito mais do que futebol, vai voltar a ter um pavilhão. Hoje, começa aqui um caminho de regresso a casa”, afirmou.

No "Dia do Sportinguismo", em que a equipa principal treinou no estádio à porta aberta, o clube homenageou Vítor Damas e José Travassos, com a inauguração toponímica de duas ruas.

O guarda-redes Vítor Damas, que morreu em 2003 com 55 anos, fez quase toda a sua carreira no Sporting e é ainda hoje o recordista de jogos com a camisola do clube (743).

José Travassos, que morreu aos 75 anos, começou a jogar no clube de Alvalade em 1946 e terminou a carreira em 1959. Integrou com Albano, Jesus Correia, Peyroteo e Vasques os famosos "cinco violinos".

O avançado, que alcançou oito campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal com a camisola do Sporting, ficou conhecido como Zé da Europa por ter sido o primeiro jogador português a alinhar na selecção da Europa, em 1955, contra a Grã-Bretanha.