Inspirada nas pulseiras da sorte do Senhor do Bonfim da Bahia e baptizada através de uma votação pública, a bola que vai rolar no Mundial de 2014 foi oficialmente apresentada num evento na terça-feira à noite na cidade brasileira do Rio de Janeiro. Brazuca, com a assinatura da Adidas, sucede assim à Jabulani, que ficou famosa na África do Sul em 2010 — apesar de algumas críticas sobre o comportamento da bola.

Talvez por isso, explica o Globo, desta vez a Adidas diz que a nova estrela dos relvados passou por um processo de testes que demorou dois anos e meio e que contou com 600 dos melhores jogadores do mundo e com 30 equipas de dez países de três continentes. Segundo a marca, Brazuca, ainda antes de ser oficialmente apresentada, pode gabar-se de ser a bola que tem no seu currículo mais provas, tendo já enfrentado pés como os de Messi, Casillas, Schweinsteiger e Zinedine Zidane.

Para não desvendar tudo de uma só vez, a bola chegou a ser utilizada durante o Campeonato do Mundo de sub-20 mas com um design diferente: agora, a versão final tem um fundo branco e, depois, as principais cores do brasil, fazendo ainda em algumas zonas o efeito de um céu estrelado. Verde, azul e laranja são as cores que se destacam. O amarelo, esse, está apenas presente no logótipo do evento.

A cerimónia de apresentação contou com algumas estrelas como Cafu, ex-capitão da selecção brasileira, Seedorf, ex-jogador do Real Madrid e AC Milan a actuar no Botafogo, e de Hernani, avançado do Flamengo.

Quanto ao nome, o público foi chamado a participar e não houve grandes dúvidas quanto ao baptismo. O nome Brazuca venceu com quase 78% dos votos, destronando nomes como Bossa Nova e Carnavalesca.

“A expressão ‘brazuca’ significa ‘brasileiro’ e descreve o modo de vida do país. As cores e o design dos seis painéis da bola foram inspirados nas fitas da sorte do Senhor do Bonfim da Bahia e simbolizam a paixão e alegria associadas ao futebol no Brasil”, explica o Globo.

Em relação à tecnologia da bola, foi utilizada a mesma da Tando 12, do Euro 2012, e daCafusa, da Copa das Confederações e da Liga dos Campeões. Porém, a Adidas assegura que há uma nova estrutura simétrica de seis painéis idênticos que fará a diferença e que a Brazuca mostrará, por isso, uma melhor “aderência, contacto, estabilidade e aerodinâmica em campo”. A bola tem também menos três gramas, mas assegura-se que isso não fará diferença nem levará às mesmas críticas sobre os desvios que se sentiam na Jabulani.

No final de Novembro, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) já tinha anunciado que também vai adoptar a bola do Campeonato do Mundo de 2014 a partir da 13.ª jornada da I Liga e arrumar a Cafusa na prateleira. A Brazuca também entrará em campo a partir da 21.ª jornada da II Liga e da terceira fase da Taça da Liga.

A grande estreia será no encontro entre Académica e Marítimo, marcado para 13 de Dezembro, antes de estar também nos embates entre Sporting e Belenenses e entre Sporting de Braga e Vitória de Setúbal, no dia 14 de Dezembro, e nos jogos que vão opor Rio Ave a FC Porto e Olhanense a Benfica, no dia 15.

Três estádios atrasados
As luzes da ribalda em torno da Brazuca estão a fazer esquecer um outro problema que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) já veio entretanto reconhecer: três dos seis estádios ainda em construção para o Mundial não vão ficar prontos em Dezembro, dentro do prazo estabelecido inicialmente.

O Itaquerão, em São Paulo, a Arena da Baixada, em Curitiba, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, só devem ser entregues até Fevereiro, explica o Estadão. Mesmo assim, a FIFA desdramatiza e diz que os atrasos não impedem que tudo comece atempadamente a 12 de Junho, quando o primeiro apito soar.

“Recebemos um relatório que aponta pequenos atrasos em algumas obras, mas são pequenos. Temos certeza de que estará tudo pronto”, afirmou o presidente da FIFA, Joseph Blatter.