Benfica volta a partir na frente, agora com a companhia do FC Porto

Clube “encarnado” procura o quinto título consecutivo na Liga Portuguesa de Basquetebol e inicia a competição como favorito. “Dragões” estão de regresso ao escalão principal e assumem candidatura.

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FC Porto e Benfica voltarão a defrontar-se na Liga nesta temporada DR

A Liga Portuguesa de Basquetebol está agendada para arrancar hoje da mesma forma que terminou na época passada, com um duelo entre Benfica e Vitória de Guimarães, os dois finalistas da edição anterior. Mas há outro foco de atenção na jornada inaugural: depois de três anos de ausência auto-imposta, e de dois de domínio na Proliga, o FC Porto está de volta ao escalão principal para reeditar a longa rivalidade com as “águias”. O retorno dos “dragões” acontecerá em Ponte de Sor, no pavilhão da outra equipa promovida, o Eléctrico, que se estreia entre os grandes do basquetebol nacional.

O regresso dos portistas é uma boa notícia para a modalidade, mas, para lá da incapacidade de se angariarem 12 equipas para a competição, que se fará apenas com 11, paira uma nuvem negra sobre este início de campeonato: os árbitros de 1.ª categoria, em desacordo com a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) por causa da regularização das verbas em atraso da temporada anterior, decidiram manter o boicote que já fez com que a Supertaça fosse apitada por juízes regionais e ainda não se sabe em que moldes é que a dupla ronda deste fim-de-semana será feita e se haverá condições para se realizarem todos os encontros — e os arranques da Liga Feminina e da Proliga também estão marcados para hoje.

A dívida que motivou o conflito ultrapassava os 137 mil euros e o pagamento de uma tranche nos últimos dias não inverteu a posição da Associação Nacional de Juízes de Basquetebol, para surpresa da FPB, que julgava ter chegado a uma plataforma de entendimento com os árbitros. Entretanto, a FPB realizou as suas nomeações normalmente, e incluiu vários árbitros internacionais, como Fernando Rocha, Sérgio Silva, Luís Lopes ou Sónia Teixeira, que segundo as regras da FIBA estão impedidos de aderirem ao boicote. De acordo com os regulamentos, os jogos poderão ser apitados por um árbitro e, na falta deste, por um elemento do público (preferencialmente, e por esta ordem, um árbitro, um treinador ou um basquetebolista).

Benfica sempre favorito
Apesar da concorrência do FC Porto, que apostou para não fazer apenas figura de corpo presente no seu regresso, o favorito n.º 1 continua a ser o Benfica, dominador à vontade nos anos mais recentes do basquetebol português. A equipa comandada por Carlos Lisboa ganhou as últimas quatro Ligas e nos últimos sete anos só falhou o título por uma vez, em 2010-11, quando os portistas foram melhores. Mas o dado mais revelador da superioridade do Benfica talvez seja este: com os triunfos na Supertaça e no António Pratas já nesta época, aumentou para 11 o número de provas oficiais nacionais conquistadas de forma consecutiva.

Os “encarnados” perderam Jobey Thomas, o mais influente em Portugal nos últimos anos, Seth Doliboa e Ronald Slay, mas asseguraram reforços de qualidade já provada, os americanos Daequan Cook, um jogador com seis anos de experiência na NBA, no qual foi o vencedor do concurso de triplos de 2009, e Jeremiah Wilson, além de Marko Loncovic e Nuno Oliveira, dois dos melhores marcadores da última Liga.

O finalista vencido, o V. Guimarães, apesar de perder Doug Wiggins e os internacionais José Silva e Pedro Pinto, e a Ovarense, que conservou a sua espinha dorsal portuguesa, mantêm aspirações de estar entre os primeiros.

O FC Porto já assumiu que é candidato ao título e será talvez o grande concorrente do Benfica. A um bom núcleo de jogadores que estavam no clube, Moncho López juntou os internacionais Arnette Hallman e José Silva, mas uma grande parte do seu desempenho dependerá do que render o trio americano Tinsley, Washburn e Hinrichs.

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