A segunda parte do Benfica apagou a primeira do Tondela

A excelente resposta que deu o último classificado no Estádio da Luz durou metade do encontro. Depois do intervalo, o campeão nacional intensificou a pressão e ainda foi a tempo de golear.

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LUSA/MÁRIO CRUZ
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Seguiram por caminhos diametralmente opostos, o Benfica e o Tondela, no momento da recolha aos balneários do Estádio da Luz, no encontro da 18.ª jornada. Os visitantes deixaram nas cabines todos os predicados que tinham mostrado nos primeiros 45 minutos, enquanto os “encarnados” engrenaram uma mudança extra para lançarem o assalto final à baliza adversária. O resultado desta mudança de rumo foi uma goleada (4-0), que permitiu ao campeão nacional retomar os quatro pontos de vantagem na liderança da Liga.

Desta vez, não houve Gonçalo Guedes no “onze” inicial e nem sequer no banco — a presença do avançado na bancada é um forte indício de que a sua transferência está mesmo na ordem do dia. Não houve também Salvio, o que significa que foram dois canhotos a preencher as alas: Cervi começou à esquerda e Zivkovic à direita, para trocarem durante a partida. A boa exibição do sérvio frente ao Leixões dava frutos e o extremo ex-Partizan haveria de justificar a aposta.

As pequenas nuances nas escolhas de Rui Vitória foram, porém, apagadas pela (boa) surpresa que protagonizou o Tondela. Com um bloco médio, sem cederem à tentação de baixar muito as linhas e controlando com qualidade a profundidade, os visitantes deram a provar ao Benfica do seu próprio veneno (colocando Mitroglou e os alas muitas vezes em fora-de-jogo) e obrigaram o rival a manobrar quase sempre longe da área. Era, na maior parte das vezes, uma linha recuada de seis elementos (com o apoio dos extremos) na retaguarda de outra linha de quatro, que impedia os “encarnados” de saírem a jogar sem pressão.

O anfitrião acusou o toque. Com Pizzi em dia não no momento da definição (os passes saíram quase sempre transviados ou no timing errado) e com Cervi a derivar em excesso para zonas interiores, faltava clarividência e largura à equipa. E o Tondela, ainda com os níveis físicos no auge, complicava ainda mais a tarefa dos lisboetas, com saídas rápidas no contragolpe, ora por Wagner, ora por Miguel Cardoso.

Tudo somado, rarearam as ocasiões de golo no primeiro tempo — as excepções foram um remate perigoso de Jonas, outro de Cervi e um de Wagner já em posição irregular — e o Benfica saiu para o intervalo com um quebra-cabeças para resolver.

As equipas que recolheram às cabines, porém, não foram exactamente as mesmas que voltaram ao relvado. O Tondela, já desgastado à custa de um primeiro tempo fisicamente exigente, foi-se encolhendo à medida que a pressão do Benfica crescia e a distância entre as linhas média e defensiva começava a convidar o rival a uma ocupação criteriosa. Jonas e Pizzi foram pisando com mais frequência esses terrenos, Salvio surgiu no lugar de Cervi para dar mais verticalidade ao jogo e Luisão passou a organizar a linha defensiva uns metros mais à frente.

Já acampado no meio-campo do Tondela, o Benfica tanto forçou que acabou por marcar. Foi aos 59’, na sequência de um canto e de um passe de Samaris, que Pizzi contornou a oposição do guarda-redes Cláudio Ramos (que até então fizera três grandes intervenções, a melhor das quais a remate de Zivkovic).

O mais difícil parecia alcançado e os minutos que se seguiram só o comprovaram. Samaris, Nelson Semedo e Pizzi, novamente, combinaram para o 2-0 aos 76’, antes de Rafa assinar o momento da tarde com um chapéu de pé direito (84’) que correspondeu ao primeiro golo do avançado com a camisola do Benfica. Jonas, que havia desenhado essa jogada, ainda teria direito a deixar o nome na lista de marcadores já em tempo de compensação, graças a uma grande penalidade que castigou falta na área sobre André Almeida.

Estava confirmado o terceiro 4-0 da temporada para os “encarnados” e uma vitória que volta a empurrar a pressão para o lado do FC Porto.     

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