Desta vez, não houve Sporting de Braga que parasse o Benfica

Jonas e Eliseu marcaram para os “encarnados” e levaram a festa às bancadas do lotado Estádio da Luz. Os campeões nacionais levam 884 minutos sem sofrer golos em casa.

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Jonas inaugurou o marcador na Luz Rafael Marchante/Reuters

O Sp. Braga não conseguiu, desta vez, surpreender o Benfica, nem operar nenhuma reviravolta miraculosa no marcador ou sequer estar perto de o fazer. No terceiro confronto entre as duas equipas esta temporada, os “encarnados” conseguiram finalmente exorcizar o fantasma minhoto, uma espécie de besta negra dos campeões nacionais esta época, que já alcançara dois emotivos triunfos frente aos lisboetas, o último dos quais a resultar na eliminação da equipa de Jorge Jesus da Taça de Portugal, em pleno Estádio da Luz. No ninho da “águia” voltou a mandar a equipa da casa, que conquistou mais três pontos, com dois golos sem resposta.

Empurrado por mais de 60 mil adeptos nas bancadas, o Benfica entrou com o pé direito na primeira das últimas dez “finais” da Liga, rumo ao desejado bicampeonato. Mas o Estádio da Luz só respirou fundo quando Eliseu apontou o segundo golo, a 13 minutos do fim, numa altura em que os bracarenses já estavam reduzidos a dez unidades, após a expulsão de Tiago Gomes, aos 59’, por acumulação de cartões amarelos. Os minhotos, que até então não demonstraram capacidade para inverter a tendência do marcador, aberto por Jonas, aos 21’, perderam definitivamente a esperança de qualquer golpe de teatro na casa dos lisboetas.

Uma casa “encarnada” que é cada vez mais uma fortaleza inexpugnável para as equipas visitantes, que aqui não marcam qualquer golo para a principal prova nacional desde 21 de Setembro de 2014, quando João Pedro festejou pelo Moreirense, ainda na quinta jornada. Seguiram-se 884 minutos com as redes invioladas, que duram há nove partidas consecutivas.

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Apesar desta estatística desmotivadora para os adversários, esperava-se um pouco mais deste Sp. Braga, pela amostra que a equipa de Sérgio Conceição deixou nas anteriores partidas com os “encarnados”. E os bracarenses até mostraram saber ao que vinham, nos primeiros instantes do encontro, conseguindo bloquear o ataque do Benfica e aguentando a pressão que se fez sentir na sua área desde o apito inicial. Defendendo com todos os jogadores atrás da linha da bola, os minhotos não se coibiam de recorrer à falta quando faltavam melhores argumentos.

Júlio César espectador

Uma estratégia que resultou durante os primeiros 20 minutos, mas que implodiu com o remate certeiro de Jonas de fora da área, após uma triangulação perfeita com Lima e Gaitán. Uma vantagem mínima que não permitia ainda aos benfiquistas respirar de alívio perante uma equipa que já operara duas reviravoltas no marcador esta temporada frente aos “encarnados”.

Não surpreendeu, por isso, que o Benfica continuasse a carregar no acelerador em busca do golo da tranquilidade. Menos expectável acabou por ser a falta de reacção dos bracarenses em termos atacantes, que foi uma constante ao longo de todo o encontro. Júlio César foi quase sempre mais um espectador na Luz, apesar de um ou outro sobressalto, especialmente na segunda metade. Houve, claro, mérito dos “encarnados” que souberam bloquear as unidades do meio-campo visitante, antecipando qualquer veleidade ofensiva dos “arsenalistas”, que só ocasionalmente conseguiam subir as suas linhas.

Apesar de tudo, o Sp. Braga regressou com uma atitude mais pró-activa para a segunda metade da partida, arriscando alguma coisa, mas abrindo mais espaços na sua retaguarda. O jogo tornou-se também mais quizilento e, aos 59’, uma entrada de Tiago Gomes sobre Salvio resultou no segundo cartão amarelo para o lateral esquerdo bracarense, compromentendo em muito as ambições que restavam à sua equipa.

Em vantagem numérica, o Benfica não se fez rogado, abrindo mais convictamente a caça ao segundo golo. E as oportunidades foram surgindo em cadência, com Matheus a destacar-se nas redes minhotas. Defendeu com o pé direito um remate de Lima, aos 60’, travou com a mão canhota um tiro de Eliseu, aos 67’, e viu ainda um remate do defesa esquerdo “encarnado” sair ao lado, aos 71’. Mas à terceira, o internacional português, assistido por Samaris, foi mais incisivo e marcou mesmo, com um forte remate à entrada da área.

Com sete pontos de vantagem sobre o FC Porto (que recebe amanhã o Arouca), a equipa de Jesus respira confiança nesta derradeira fase da temporada e a “onda vermelha” promete seguir a equipa com euforia nas nove jornadas que restam.

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