Abramovich é um menino ao pé de Zamparini

O russo dono do Chelsea é propenso à “chicotada”, mas nem se compara ao presidente do Palermo.

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Gasperini já devia saber como é o feitio de Zamparini Stefano Rellandini/Reuters

Roman Abramovich, o milionário russo que comprou o Chelsea em 2003, é conhecido pela falta de paciência com os treinadores. Não hesita em “estalar o chicote”, quando as coisas não lhe agradam. E, por ser assim, já despediu treinadores como José Mourinho, André Villas-Boas ou Roberto Di Matteo, o homem que lhe deu a tão desejada Liga dos Campeões. Desde que assumiu o controlo dos blues, foram oito os treinadores dispensados.

No entanto, este registo negativo nem se compara com o de Maurizio Zamparini. O empresário dono do Palermo “esmaga” Abramovich por 21-8, em número de treinadores despedidos desde 2003, indica a empresa holandesa de estatísticas de desporto Infostrada.

A mais recente vítima de Zamparini foi conhecida nesta segunda-feira: Gian Piero Gasperini foi dispensado do comando técnico do Palermo (onde joga o português Nélson), que ocupa o último lugar da classificação na Liga italiana. Até aqui nada de novo, porque o mesmo se passa em clubes de todo o mundo. Só que esta já é a segunda vez que Gasperini é despedido por Zamparini na presente temporada...

O empresário italiano decidiu dispensar Gasperini duas semanas depois de o ter ido recuperar. O ex-técnico do Inter de Milão já tinha passado por Palermo, e o seu sucessor também já conheceu os cantos à casa. Giuseppe Sannino é apontado pelo diário desportivo italiano La Gazzetta dello Sport como o provável sucessor no comando da equipa siciliana. Resta dizer que Sannino era o treinador dos rosaneri no início da época, tendo sido despedido após três jornadas.

Confuso? Pois é. Esta é a quarta mudança técnica no Palermo em 2012-13. Os treinadores nem têm tido tempo para aquecer o lugar. Nesta equação entra ainda Alberto Malesani, que também treinou a equipa. A confirmar-se que Sannino rende Gasperini, a sequência será: Sannino, Gasperini, Malesani, Gasperini e Sannino.

Sannino começou a época, mas só resistiu três jornadas e foi despedido em Setembro. Seguiu-se Gasperini, que resistiu até Fevereiro. Este foi substituído por Malesani, mas, após três jogos, Zamparini voltou a querer mudar. E regressou Gasperini. Agora, dois jogos depois, o técnico sai e deverá regressar Sannino. “Ser treinador do Palermo é como atravessar a pé uma auto-estrada movimentada: as possibilidades de ferimentos são altíssimas”, resumia o diário Il Sole 24ORE.

A recondução de treinadores em Itália é comum, porque os regulamentos impedem que um técnico oriente duas equipas da Serie A na mesma temporada. Para além disso, muitas vezes os treinadores apenas cessam funções e continuam vinculados aos clubes quando são despedidos, pelo que se tornam uma solução mais barata para dirigentes impacientes como Zamparini.

Com cinco pontos de desvantagem para o primeiro clube acima da “linha de água” e dez jornadas por disputar, a situação do Palermo é complicada. E o “patrão” da equipa até admitiu que não acredita na manutenção: “É uma loucura pensar nisso. Seria necessário que a sorte estivesse do nosso lado e que os jogadores fossem homens, e às vezes não são”. Se isto não é um discurso motivador...

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