A revelação Genie é agora uma decepção

A tenista canadiana saiu do torneio de Wimbledon prematuramente.

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Eugenie Bouchard desalentada em Wimbledon TOBY MELVILLE/Reuters

No final de 2014, Eugenie Bouchard chegou ao quinto lugar do ranking e recebeu o prémio da WTA para a jogadora que mais progrediu no circuito profissional, depois de conquistar o primeiro título no WTA Tour, atingir duas meias-finais do Grand Slam (Austrália e Roland Garros) antes de estrear-se numa final, precisamente em Wimbledon. Doze meses depois de brilhar em cada court que pisava, a canadiana de 21 anos está uma sombra de si mesma. Nesta terça-feira, somou a 14.º derrota em 22 encontros disputados em 2015 e tornou-se na primeira finalista de Wimbledon a perder na ronda inaugural do ano seguinte, desde 1994 (Steffi Graf perdeu com Lori McNeil).

“Há um par de meses, quando perdi em Indian Wells ou Miami, não senti que fosse o fim do mundo, mas para algumas pessoas sim. Agora, estamos mais perto do fim do mundo”, comentou Bouchard com um sorriso forçado. A canadiana tinha acabado de perder, por 7-6 (7/3), 6-4, com a desconhecida Ying-Ying Duan (117.ª), vinda do qualifying. A “Davenport chinesa” – como é conhecida por causa do físico possante (1,85m e 84 kg) – nunca tinha ganho a uma adversária do "top-50" e tinha perdido os quatro anteriores que disputara em quadros principais do Grand Slam.

A desistência umas semanas antes em Eastbourne, devido a lesão abdominal também não ajudou pois não permitiu que a atleta de Sam Sumyk, ex-treinador de Victoria Azarenka, rodasse na relva. Mas a má forma de Bouchard já vem de atrás e do 12.º lugar actual irá descer para fora do "top-20". Em prémios monetários, está longe dos mais de quatro milhões de dólares que auferiu em 2014. Mas muitos mais estão à sua espera.

A canadiana gerou uma guerra entre empresas de gestão de carreiras, ganha pela WME/IMG, que a levou também a assinar com a IMG Models, para aparições na indústria da moda. A canadiana de 21 anos apareceu por todo o lado, desde aparições em carpetes vermelhas de eventos mediáticos a capas de revista, entre as quais a SportsPro, a mais importante publicação sobre marketing desportivo que a colocou no primeiro lugar do ranking de atletas com maior capacidade de retorno para os patrocinadores. Tudo isso, é também apontado como factor de distracção para Bouchard que já tinha, esta época, a pressão de confirmar os bons resultados de 2014.

O segundo dia de Wimbledon, marcado pela onda de calor que assolou Londres com as temperaturas bem acima dos 30 graus, fez oura vítima sonante no quadro feminino. Simona Halep, terceira no ranking, foi surpreendida por Jana Cepelova (106.ª), em três sets: 5-7, 6-4 e 6-3. Foi a segunda vitória da eslovaca sobre uma "top-10" depois da vitória no ano passado, sobre Serena Williams.

Já Petra Kvitova detentora do título, levou somente 35 minutos para ultrapassar Kiki Bertens, por 6-1, 6-0.
No torneio masculino, Andy Murray correspondeu às expectativas e venceu na sua estreia, embora o resultado de 6-4, 7-6 (7/3) e 6-4 sobre o cazaque Mikhail Kukushkin tenha sido melhor que a exibição – foi preocupante perder a vantagem de 5-2 no segundo set. Com James Ward, Liam Broady e Aljaz Bedene (esloveno recentemente naturalizado), haverá quatro jogadores britânicos na segunda ronda, o que não acontecia desde 2006.

Roger Federer levou 67 minutos para ultrapassar Damir Dzumhur, por 6-1, 6-3 e 6-3, e Rafael Nadal também venceu em três sets, 6-4, 6-2 e 6-4, sobreThomaz Bellucci.


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