A paragem do campeonato fez bem ao Benfica

“Encarnados” derrotam Nacional da Madeira na Luz por 3-1 e ficam com seis pontos de vantagem sobre o FC Porto

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Um golo de Lima e dois de Jonas no triunfo do Benfica Francisco Leong/AFP

Com os jogos das selecções pelo meio, parece já ter sido há muito tempo aquela jornada em que tudo ficou mais emocionante na Liga portuguesa, a jornada em que o Benfica perdeu em Vila do Conde – e em que o FC Porto empatou na Choupana com o Nacional. Duas semanas depois, como se iriam apresentar os “encarnados”, descrentes e nervosos, ou confiantes e autoritários? A resposta dada em campo mostrou que a pausa fez bem ao Benfica, com um triunfo por 3-1 na Luz sobre uma formação madeirense que pouca luta deu.

Era natural que a dúvida se instalasse e que uma rara demonstração de fraqueza como a que acontecera há duas semanas tivesse repercussões sérias. Mas Jorge Jesus, de acordo com o que se conhece dele, deve ter feito tudo nestes dias para que essa dúvida não criasse raízes e o Benfica que se apresentou em campo foi nada menos que absolutamente autoritário, disposto a resolver cedo e por muitos. Comparativamente ao jogo com o Rio Ave, foi muito uma questão de atitude, mas também uma questão de Nico Gaitán, que estava de regresso à equipa. Sem o argentino, o Benfica é uma coisa, mas com ele em campo, é outra.

Este até era um adversário difícil de ultrapassar, tendo em conta aquilo que os homens de Manuel Machado já fizeram esta época, incluindo empates com FC Porto e Sporting, mas em nenhuma fase do jogou se mostrou capaz de evitar outro destino que não fosse a derrota. Defensivamente, foi mais uma bicicleta com pneus furados do que um autocarro, e ofensivamente não mostrou os predicados tão elogiados na véspera por Jorge Jesus e homens como Marco Matias ou Lucas João foi como se não tivessem estado na Luz. Nada. Foi como se a formação madeirense estivesse a pensar já no jogo da próxima semana em Alvalade para a meia-final da Taça de Portugal.

Em Vila do Conde, o principal pecado benfiquista tinha sido parar demasiado cedo. Neste sábado, só parou quando as coisas já estavam mais que resolvidas. Até aparecer o primeiro golo, já o Benfica tinha tido várias oportunidades, a mais flagrante aos 12’, em que Gottardi defendeu um remate de Jonas após cruzamento de Gaitán. Seria o experiente avançado brasileiro a inaugurar o marcador aos 21’. A bola passa por Maxi e Salvio, acabando por ser Jonas a marcar sem grande dificuldade. A única injustiça deste golo é que tinha sido tardio.

Depois do golo, o Benfica não parou e, pouco depois, colheu os seus frutos. Desta vez, foi o outro ala argentino para o outro avançado brasileiro, Gaitán para Lima e 2-0 aos 30’. Frente a um adversário complicado, o Benfica estava a fazer uma grande exibição, provavelmente das melhores da época, com intensidade, nota artística e golos. A equipa de Jorge Jesus manteve o embalo na segunda parte e continuou a dominar e a criar oportunidades. Não fosse Gottardi na baliza madeirense e alguma falta de pontaria e o marcador tinha funcionado mais vezes.

Um dos momentos do jogo surgiu aos 59’ com o terceiro golo benfiquista. Um remate tremendo de Jonas de fora da área não deu quaisquer hipóteses ao guarda-redes do Nacional. O veterano avançado brasileiro está a revelar-se a melhor contratação da época e, só no campeonato, já leva 12 golos – tivesse sido ele contratado mais cedo e a campanha europeia do Benfica teria sido outra.

Depois, o Benfica finalmente abrandou um bocadinho e o Nacional teve alguns minutos muito intensos – para ser mais preciso, três minutos. Exactamente aos 74’, em que Tiago Rodrigues fez o 3-1 com um enorme remate de fora da área (o primeiro do Nacional no jogo), aos 76’, quando Christian fez um remate perigoso. Mas foi pouco e demasiado tarde para colocar em perigo o triunfo do Benfica, que tem, para já seis pontos de vantagem sobre o FC Porto, que tem os seus próprios traumas para resolver na segunda-feira em casa frente ao Estoril. Pela parte que lhe toca, o Benfica parece ter recuperado o controlo e só precisa de o manter por mais sete jornadas.

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