A “besta negra” de Jesus na Liga

O treinador do Benfica só tem três triunfos frente ao FC Porto em jogos do campeonato.

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Jorge Jesus junto ao banco de suplentes do Benfica durante um jogo Nuno Ferreira Santos

Se há imagem que simboliza um dos momentos mais baixos de Jorge Jesus aos comandos do Benfica será, indiscutivelmente, a que mostra o técnico de joelhos no Estádio do Dragão, após a sua equipa ter sofrido um golo nos descontos que lhe retirou o título nacional nessa temporada. Terá sido o clássico que mais custou a digerir ao treinador, de 60 anos, que tem no FC Porto a sua “besta negra” em partidas do campeonato nos seis anos que leva de águia ao peito. Em 11 tentativas, perdeu seis confrontos, empatou dois e venceu apenas três. O mais saboroso triunfo chegou já esta época na casa portista (2-0).

Antes de chegar ao Benfica, na temporada 2009-10, Jorge Jesus nunca tinha vencido o FC Porto enquanto treinador. O melhor que conseguira foram cinco empates, obtidos ao serviço do Felgueiras (1995-96), Estrela da Amadora (1998-99), Moreirense (2004-05), Belenenses (2007-08) e Sp. Braga (2008-09). Apesar deste histórico pobre, o técnico estreou-se de forma auspiciosa nos clássicos com os “encarnados”, com uma vitória, por 1-0 (golo Javier Saviola), no Estádio da Luz, nas vésperas do Natal de 2009.

Os “dragões”, então orientados por Jesualdo Ferreira, haveriam de inverter a história na Invicta, na segunda volta, com um triunfo por 3-1, mas não conseguiriam impedir que o treinador benfiquista festejasse o primeiro título da sua carreira poucas semanas depois.

Na temporada seguinte (2010-11), chegou ao banco do FC Porto o “jovem” André Villas-Boas e os portistas arrancaram para uma época de sonho (conquistando a Liga Europa, campeonato nacional, Taça de Portugal e Supertaça), onde não faltou uma pesada humilhação ao rival lisboeta. Em visita ao Dragão, na 10.ª jornada, o Benfica seria copiosamente goleado, por 5-0, voltando a perder na segunda metade da prova, em casa, por 1-2.

A época seguinte (2011-12), com Vítor Pereira a liderar a equipa portista, iniciou-se com um promissor empate na Invicta, por 2-2, à passagem da sexta ronda, mas os “dragões” viriam à capital impor uma derrota ao conjunto de Jorge Jesus, na 21.ª jornada, por 3-2, isolando-se definitivamente no comando do campeonato.

Mais renhida seria a prova na época seguinte (2012-13), mas a sorte do Benfica nos clássicos com o FC Porto não mudou. A um empate a duas bolas na primeira volta, na Luz (14.ª ronda), seguiu-se a derrota “encarnada” no Dragão, por 2-1, com o tal golo de Kelvin fora de horas que prostrou Jesus no relvado. A sua equipa, que partia para este encontro da penúltima jornada com dois pontos de avanço sobre o conjunto de Vítor Pereira, até começou a vencer, com um golo de Lima, aos 19’, mas um autogolo de Máxi Pereira recolocou a igualdade no marcador. Um resultado que ainda servia perfeitamente os interesses dos lisboetas, mas não a derrota que chegou no segundo minuto dos descontos.

A temporada de 2013-14 trouxe um novo timoneiro aos "dragões", com a chegada do jovem Paulo Fonseca, que brilhara na época anterior ao serviço do Paços de Ferreira, numa escolha que acabaria por revelar-se nefasta para os tricampeões nacionais. A 12 de Janeiro de 2014, pouco mais de quatro anos depois do primeiro triunfo, Jesus voltou a bater o pé ao FC Porto, vencendo na Luz, por 2-0 (golos de Rodrigo e Garay), à passagem da 15.ª jornada. Os “encarnados” embalaram para a conquista da segunda Liga da era Jesus, já nada valendo o triunfo dos portistas na última jornada, por 2-1, com Luís Castro como treinador interino.

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