Estoril confirma-se como a “besta negra” do FC Porto

Num jogo com três expulsões – duas portistas, uma estorilista -, um golo de Cassiano garantiu a vitória dos “canarinhos” que pode ter ditado o fim das esperanças dos “dragões” na luta pelo título.

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Cassiano, que fez o golo da vitória do Estoril, e Pepe LUSA/ANTONIO COTRIM
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Quatro confrontos na época 2023/24, com três vitórias para o Estoril que se traduziram em seis pontos perdidos pelo FC Porto no campeonato e o afastamento da Taça da Liga. As ténues esperanças que os “dragões” ainda tinham de tentar chegar ao título nacional parecem ter-se esfumado de vez. No Estádio António Coimbra da Mota, os “azuis e brancos” dominaram durante a primeira hora, mas, aos 69’, seis minutos após o árbitro reverter a decisão de marcar uma grande penalidade para os portistas, o jogo ruiu como um baralho de cartas para o FC Porto: Diogo Costa foi expulso e, na sequência do livre, Cassiano fez o golo que ditou a quinta derrota dos portistas na I Liga.

Após uma paragem de 15 dias em que ficou privado de uma dúzia de jogadores que estiveram ao serviço das suas selecções, Sérgio Conceição viajou para o Estoril com a certeza de que o FC Porto não tinha margem de erro. Após as vitórias de Sporting e Benfica, os “dragões” arrancaram a jornada 27 com menos dez pontos do que os “leões” e nove do que as “águias”. Por isso, o técnico portista colocou a equipa-tipo de 2024, com uma novidade no banco: Taremi já nem tem lugar entre os suplentes.

Para Vasco Seabra, que tinha apenas dois pontos de vantagem sobre o lugar de play-off, não houve hipóteses de também apostar na estabilidade e repetir o “onze” que na última jornada tinha conquistado uma importante vitória frente ao Portimonense: os influentes Guitane e Pedro Álvaro não foram opção para o técnico estorilista devido a lesão.

Com estes ingredientes, a partida arrancou com um FC Porto dominador e um Estoril mais pragmático do que são habitualmente as equipas de Vasco Seabra. No entanto, uma perda de bola de Francisco Conceição aos 7’ permitiu que Tiago Araújo avançasse sem oposição pelo corredor esquerdo e colocasse a bola em Cassiano, que apenas não celebrou o sétimo golo no campeonato por mérito de Diogo Costa.

A partir daí, traduzindo o claro domínio na posse de bola (75% nos primeiros 45 minutos), foi o FC Porto que beneficiou de três excelentes oportunidades, mas Wendell (24’), Varela (28’) e Evanilson (33’) não evitaram que o intervalo chegasse com um desconfortável (para os portistas) empate a zero.

O arranque da segunda parte pareceu uma réplica da primeira: apesar de o domínio ser dos “dragões”, aos 52’ foi o Estoril que esteve perto de marcar. Não conseguindo traduzir a supremacia em oportunidades, o FC Porto pareceu ter o problema desbloqueado aos 59’, quando António Nobre assinalou uma grande penalidade na sequência de um choque entre Francisco Conceição e Mangala. Porém, alertado pelo VAR, o árbitro foi ver as imagens e considerou que o defesa francês não cometeu falta.

Com os portistas ainda a contestarem a decisão, surgiu a jogada que mudou por completo a partida. Aos 65’, um atraso disparatado de Otávio forçou Diogo Costa a fazer uma má recepção e, de seguida, a derrubar Heriberto, sendo punido com o vermelho directo. O pior, para o FC Porto, ainda estava para vir: na cobrança do livre, Cassiano foi feliz (desvio na barreira) e bateu Cláudio Ramos, que, sem ter tocado na bola, sofreu o golo que ditou a terceira derrota da época dos “dragões” frente ao Estoril e um cenário demasiado negro na luta pelo título: a sete jornadas do fim, dez pontos de atraso para o Sporting, que ainda tem menos um jogo.

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