Os liberais começaram o dia a praticar desporto na praia e acabaram-no a beber vinho
No oitavo dia de campanha, Rui Rocha criticou as sondagens, disse que o comício do PS do dia anterior foi “uma reunião de demissionários” e foi a Mangualde para provar a “falta de acção” do Governo.
Os liberais passaram a manhã do oitavo dia de campanha a jogar voleibol e futebol com vista para o mar. Na Praia de Matosinhos, chovia um pouco e o vento sentia-se forte — mas nem isso demoveu um confiante Rui Rocha de servir por cima. E se por um lado ficou claro que o líder dos liberais até tem qualidade na prática do voleibol, o mesmo não se pode dizer sobre o futebol — onde o brilharete coube ao colega de bancada Bernardo Blanco, ali seu adversário.
O estilo ofensivo de Rocha não se ficou pelo campo de voleibol: findo o desporto dominical, o candidato a primeiro-ministro prestou declarações à comunicação social, onde num curto espaço de tempo atirou a quatro alvos. São as sondagens — a do DN/JN/TSF, que este domingo colocou a IL atrás da CDU — que não têm “credibilidade”; o comício do PS do dia anterior que foi “uma reunião de demissionários”; o voto útil a que a AD apela que é uma “pressão injustificada nos eleitores” e o dia de reflexão, que deve ser extinto.
Em contrapartida, elogiou a atitude “avisada” do Presidente da República — que no sábado pediu “máximo rigor” e “máxima prontidão” aos magistrados do Ministério Público — e saudou aqueles que votaram antecipadamente, desvalorizando que este ano haja menos inscritos do que nas anteriores legislativas.
A caravana liberal partiu de Matosinhos em direcção a Mangualde, onde os liberais atracaram ao pé da linha de comboio para criticar Pedro Nuno Santos e o PS pela sua “falta” de “acção” na ferrovia.
“Temos visto o líder do PS com cartazes por todo o país a dizer ‘acção’: e isto é o exemplo da acção ou da falta dela”, introduziu. “Na renovação da linha da Beira Alta temos vários prazos para terminar. O único com que o Governo se comprometeu foi Janeiro de 2023. (…) Pelo que se vê aqui — não há carris, não há nada — não estará pronta nos próximos meses e isto é a evidência da falta de acção do Governo socialista e de Pedro Nuno Santos”, completou.
Seguiu depois a comitiva para uma quinta nas redondezas que produz vinho, escolhida pelos liberais por ser “um bom exemplo do que deve ser o pensamento e investimento do país”. Lá, em declarações aos jornalistas, considerou “lamentáveis e condenáveis” os incidentes ocorridos com o PS na sua visita a Guimarães. Por fim, conheceu inovadora adega da Soito Wines, acabando a visita a beber um copo de vinho com o responsável pela visita. Embora minhoto, admitiu que prefere os vinhos do Dão aos vinhos verdes.