D. José Ornelas e a erosão do catolicismo: “Talvez seja necessário que nos voltemos a sentir pequenos”

Quando o mundo se refaz em modo acelerado, “há sempre uma tendência para um certo retrocesso”, lembra D. José Ornelas, numa desdramatização do conservadorismo que emerge. Dentro e fora da Igreja.

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D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, diz-se tranquilo em relação às mudanças em curso na Igreja Católica Paulo Pimenta

O ano de 2024 vai ser o ano da consolidação da democratização da Igreja. Vai ser o ano em que a discussão sobre a ordenação de homens casados se adensará. E das mulheres. No caso português, vai ainda ser um ano de reparação, nomeadamente financeira, das vítimas dos abusos sexuais. Neste último dia de 2023, o PÚBLICO pediu ao representante dos bispos portugueses, D. José Ornelas, que olhasse para 2024. Na reflexão que se segue, perpassa a certeza de mudança. Quanto à Igreja, 2024 vai mostrá-la mais “plural e diversa”. Pouco preocupado com a erosão católica, o bispo diz frases como esta: "Viver no mundo de hoje, onde os valores de ontem deixaram de o ser mas em que não se criou ainda uma tabela de valores substitutiva, é difícil." Ainda sobre o risco de recrudescimento do conservadorismo (dentro e fora da Igreja), o também bispo de Leiria-Fátima lembra que estes retrocessos são típicos de momentos de mudança acelerada em que o mundo se reinventa.

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