“Estou completamente lixada da cabeça”: o ano que a pandemia roubou aos estudantes deslocados

Pedro Amaral teve de comprar nova viagem de avião, Bruna Bento tentou baixar a renda da casa desocupada, Ana Miguel tem uma aula presencial por semana que a obriga a ir de Barcelos ao Porto. Muito esforço para um ano quase perdido? As perspectivas para o futuro divergem, mas há um objectivo comum a todos estes estudantes: tentar recuperar o tempo perdido.

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krzysztof maksimiuk/Unsplash

Desde que ingressou no ensino superior, em Outubro de 2020, a vida de Pedro Amaral tem sido uma azáfama de viagens entre Santa Maria, nos Açores, e o Porto, onde estuda Física na Faculdade de Ciências. Em Janeiro, quando o descontrolo da pandemia obrigou Portugal a confinar, o estudante de 19 anos conseguiu “fugir” para a terra natal, antes de os voos entre o continente e as ilhas serem cancelados. Agora, e num espaço de poucos meses, vê-se obrigado a regressar ao Porto para poder acompanhar o retorno das aulas presenciais, o que significa gastar mais umas dezenas de euros num bilhete de avião. “Como estudantes deslocados, temos um encargo económico mais elevado, o que nos põe numa situação complicada”, explica ao P3.

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