Guilherme já entrou para a história do futebol russo

Guarda-redes do Lokomotiv Moscovo é o primeiro futebolista nascido fora do país a representar a selecção russa.

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Maxim Zmeyev

O guarda-redes brasileiro Guilherme fez neste sábado história ao tornar-se o primeiro jogador nascido fora da Rússia a representar a selecção de futebol daquele país.

A completar a nona época ao serviço do Lokomotiv Moscovo, o brasileiro, de 30 anos, que desde 2015 tem passaporte russo, entrou em campo na segunda parte da vitória da Rússia por 3-0 no particular frente à Lituânia, substituindo o ex-guardião do Sp. Braga Stanislav Kritciuk, que fez também a sua estreia na equipa principal.

Mas a utilização de jogadores naturalizados está muito longe de ser consensual no país. A proximidade do Euro 2016, aliada à falta de soluções para a posição, levaram o seleccionador Leonid Slutsky a procurar uma alternativa válida para a baliza e esse contexto acabou por culminar na estreia de Guilherme.

Ele que, meses antes, causou algum mal-estar junto da federação ao falar abertamente sobre as atitudes racistas e xenófobas a que o público russo sujeita os jogadores estrangeiros.

“É uma desconfiança muito grande. Em cada derby que há aqui, cada clássico, os insultos aos jogadores são normais entre os adeptos. Quando há um negro na nossa equipa, ou no adversário, é vaiado cada vez que toca na bola”, declarou o guardião, que chegou mesmo a falar num problema cultural do povo russo que gostaria de ver ultrapassado em 2018, ano em que o país organizará pela primeira vez um Mundial.

Quanto ao jogo, acabou por ser um teste positivo para os russos, que estão incluídos no Grupo B do Euro 2016, junto de Inglaterra, País de Gales e Eslováquia. Os golos foram marcados por Smolov (41 minutos), Goloin (61') e Glushakov (72').

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