Tripas à moda do Porto são as rainhas do feriado na Invicta

Este ano, o Porto pretende celebrar o de 10 de Junho de uma maneira especial. Desde exposições, provas desportivas, música, dança, visitas guiadas e outras propostas de animação de rua, a cidade estará em modo “Descobrimentos”.

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Fernando Veludo/nfactos

Sob o mote fazer "Das Tripas Coração", várias instituições da cidade uniram-se, criando um programa variado que, ao longo de todo o dia, pretende celebrar os 600 anos da partida da armada para a conquista de Ceuta e a lenda a ela associada de que os portuenses cederam toda a carne que tinham, ficando apenas com as tripas.

Segundo a narrativa tradicional, os marinheiros terão largado do Douro dando início à Epopeia dos Descobrimentos Portugueses e, simultaneamente, à lenda que atribuiu a alcunha de “tripeiro” aos habitantes do Porto já que a cidade, além de ter ajudado na construção dos navios, forneceu mantimentos aos marinheiros "sacrificando" os portuenses. Hoje, as tripas à moda do Porto, em vez de um sacrifício, são um dos pratos mais típicos da cidade e fazem parte da sua memória e identidade.

Esta quarta-feira, a empresa municipal PortoLazer e a Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos, em parceria com o World of Discoveries, STCP, APDL, Grupo de Folclore da Escola Secundária Infante D. Henrique, grupo musical Hai-Luz, o historiador Joel Cleto e o Porto Canal, prepararam um vasto conjunto de iniciativas, para relembrar esses tempos marcantes da História de Portugal. Desde exposições, provas desportivas, música, dança, visitas guiadas e outras propostas de animação de rua, a cidade estará em modo “Descobrimentos”, das 9h às 19h30.

O dia começa com uma prova lúdico-desportiva, “Do Porto para o Mundo”. No Cais da Festiva, pelas 10h, diversas oficinas vão ensinar ofícios de há 600 anos. Às 11h, um eléctrico vai ser “invadido” por arte urbana, numa demonstração dirigida pelo street art Oker.

Às 16h, o cenário das viagens das Descobertas será encenado num espectáculo de rua com dança, teatro e música. “Barco no Horizonte” vai ser dividido em duas partes, a primeira, às 16h, no Cais da Estiva (em frente à Praça do Cubo) e a segunda, às 18h, no Cais da Ribeira.

Pelas 15h, desde o Largo da Estação (junto à estação de S. Bento) até ao Cais da Estiva, o historiador Joel Cleto, acompanhado de "ilustres figuras" dos Descobrimentos e ainda pela música dos Hai-Luz e pela dança do Grupo de Folclore da Escola Secundária Infante D. Henrique, vai encenar um percurso pelas Histórias e Lendas da Tomada de Ceuta. Esta iniciativa é gratuita e com um limite de 40 participantes (inscrições através de geral@confrariacorposantomassarelos.pt).

À mesma hora, na Casa do Infante, os mais novos vão poder assistir a uma sessão de vídeo e teatro de marionetas, “Das Tripas Coração", uma história original crida por Adélia Carvalho.

Pelas 17h30, também na Casa do Infante, o grupo Hai-Luz vai dar música com Cantigas de Santa Maria. Às 18h, será inaugurada a exposição "Ceuta Ontem. Ceuta Hoje – 600 anos de Encontro de Culturas entre o Mediterrâneo e o Atlântico", uma produção da World of Discoveries em parceria com a Cidade Autónoma de Ceuta e com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, na qual será possível ver, por exemplo, um documento com mais de 500 anos que nunca tinha deixado a Torre do Tombo. A "Crónica da Tomada de Ceuta", de Gomes Eanes de Zurara, chega, assim, pela primeira vez, ao Porto.

A encerrar a celebração neste feriado, às 19h, o Grupo de Folclore da Escola Secundária Infante D. Henrique será responsável por um Baile Medieval e os Hai-Luz vão trazer música do século XII ao século XIII.

Texto editado por Ana Fernandes

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