Nuno Cardoso condenado a três anos de prisão com pena suspensa

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Nuno Cardoso anunciou que vai voltar à política Paulo Pimenta (arquivo)

O antigo presidente socialista da Câmara do Porto Nuno Cardoso foi condenado, ao início desta tarde, a três anos de prisão com pena suspensa por crime de prevaricação. A pena deve-se ao facto de, em 2001, Nuno Cardoso ter assinado um despacho que perdoou uma coima ao Boavista por o clube portuense se encontrar a construir sem licença.

O juiz do tribunal de São João Novo aludiu a uma “teia” entre o poder autárquico e os clubes de futebol e apresentou a sanção como um exemplo contra o sentimento de impunidade que muitos cidadãos descrevem. “Que tudo isto sirva para um alerta de consciências”, afirmou. Este caso seria também motivo para perda de mandato, mas tal não foi equacionado pelo tribunal uma vez que Nuno Cardoso não se encontra, neste momento, a exercer um cargo público.

Na reacção à sentença, Nuno Cardoso prometeu recurso para o Tribunal da Relação e disse estar mais preocupado com a justiça divina do que com a dos homens, apesar de respeitar esta última. O ex-autarca voltou a insistir que não se lembra do despacho em causa e a única explicação “plausível” que encontra para a sua existência é a de o director da Polícia Municipal do Porto de então lhe ter levado o despacho e lhe ter “ditado” o texto de arquivamento.

O antigo presidente da Câmara do Porto que sucedeu ao também socialista Fernando Gomes explicou que, nos últimos oito anos, manteve-se em silêncio enquanto eram lançadas “calúnias” e “poeira” sobre o seu nome. Mas, agora que o tribunal pronunciou esta sentença, Nuno Cardoso anunciou aos jornalistas o seu regresso à vida pública. “Estou de volta à política”, proclamou, mas foi enigmático e - apesar da insistência dos jornalistas –, não desvendou como se concretizará esse regresso.

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