Nova greve do Metro de Lisboa revolta utentes, que recusam solidariedade

Paralisação de quinta-feira afecta circulação já nesta quarta-feira à noite.

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Uma imagem que voltará a ser vista pelos utentes do metro nesta quinta-feira Tiago Machado/Arquivo

O Metropolitano de Lisboa encerra nesta quarta-feira às 23h20 devido a uma greve de 24 horas contra a subconcessão da empresa, mas a paralisação não conta com a solidariedade dos utentes da transportadora.

“As pessoas estão, na esmagadora maioria, contra estas greves”, afirmou hoje à Lusa o representante do Movimento dos Utentes do Metro de Lisboa, Aristides Teixeira.

Embora considere que não está em causa o direito à greve, Aristides Teixeira salientou que uma greve nos transportes públicos “só prejudica os passageiros e beneficia o patronato, e isso é mais uma perversão do que é uma greve”.

“Diante deste quadro, jamais se pode pedir a solidariedade dos utentes. A solidariedade dos utentes até se tem manifestado na grande ‘pachorra’ que têm tido relativamente a este processo”, considerou, realçando que nos dias de greve há utentes que ficam com o seu direito ao trabalho prejudicado e há até quem já peça os dias de férias a contar com as greves no Metro.

As estações do Metropolitano de Lisboa encerram hoje às 23h20 devido a uma greve de 24 horas agendada para quinta-feira, a sétima realizada este ano, contra a subconcessão da empresa e contra a prevista dispensa de trabalhadores.

Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes (Fectrans), destacou que os trabalhadores vão concentrar-se a partir da meia-noite junto às instalações do Metropolitano na Avenida Sidónio Pais, em Lisboa.

“Da mesma forma que o Governo não desiste de entregar estas empresas à iniciativa privada, os trabalhadores também continuam a sua luta de resistência contra esta intenção de privatizar, que é muito má para os trabalhadores e também para os utentes”, disse, apelando aos utilizadores para se juntarem “à luta contra esta intenção de privatizar”, tendo em conta “que todas as empresas do sector que já foram privatizadas representaram mais encargos para o Estado”.

“Não contem connosco”, reforçou Aristides Teixeira, acrescentando que os utilizadores do Metro de Lisboa apenas estarão ao lado dos trabalhadores quando estes “acrescentarem ao seu caderno reivindicativo a defesa dos direitos dos utentes”.

Entre as exigências que poderiam levar os utentes a estarem solidários com a greve dos trabalhadores, Aristides Teixeira realçou um “menor preço de bilheteira, uma manutenção capaz do material circulante e também das estações do Metro”, nomeadamente dos elevadores, dos tapetes e das escadas nas estações.

Fonte do Metropolitano de Lisboa informou na terça-feira que a Carris reforçará algumas das carreiras de autocarros que coincidem com os eixos servidos pelo Metro, entre as 6h30 e as 21h de quinta-feira.

O Governo aprovou a 26 de Fevereiro a subconcessão do Metro e da Carris e, na segunda-feira, revelou que cinco candidatos apresentaram propostas, das quais três são conjuntas às duas empresas.

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